Capítulo X-5

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Exaustos, o trio de viajantes continuava caminhando em direção à cidade destruída de Caer Bocram e assim tentar encontrar o lendário Pokémon ou qualquer pista que confirmasse a presença de tal mítica criatura. No entanto, a rota para Caer Bocram, era cheia de subidas íngremes devido à imensa quantidade de rochas e vegetação, que bloqueavam praticamente todo o sol, fazendo um belo dia sem nuvens, parecer uma gélida noite.

— AHHHHH! Não aguento mais!!! - Kyle grito, resmungando com uma raiz que o fez tropeçar — não tem nenhum botão que nos transporte logo para Caer Bocram? Esse caminho não é humano.

— Pare de se queixar - disse, Edna, o dando um encontrão — você que quis vir, eu falei que a cidade era estúpida e as pessoas que a construíram eram estúpidas - comentou, tomando a liderança do grupo.

— Edna, ainda falta muito? - Perguntou, Kairi, suspirando enquanto passa um lenço na testa para limpar o suor.

— Vocês reclamam demais - A loira os observa pelo canto do olho — no porto estavam todos "yaaay vamos conhecer o Pokémon lendário" e agora estão "aaah que cansados estamos, somos criancinhas pequenas" - debochou.

— Sua imitação foi muito ruim - fitou, Kairi com Edna encolhendo os ombros.

— E eu não sou nenhuma criancinha, aliás, você tem a mesma idade de nós, não é mesmo? - tentou, Kyle.

— Antes de mais "a mesma idade de nós" não existe - corrigiu — e depois, eu sou bem mais experiente que vocês.

— Continua tendo 10 anos, como nós - resmungou, Kyle — e se nasceu depois de 29 de Março, se torna mais nova que eu hahaha! 

— Sério, nasceu a dia 29? - perguntou Kairi, com Kyle assentindo — então quer dizer que é mais novo que eu, já que nasci a 23 - disse, chocando o loiro — e você, Edna?

— 1 de Janeiro - respondeu, continuando a andar — vocês ainda são muito jovens - provocou, deixando Kyle pregado ao chão.

— Quer dizer que... sou o mais novo?

— Evee... - Sora ignora as conversas dos humanos e continua dormindo, em cima do chapéu de Kairi.

— Uko? - Um pequeno Pokémon balanceava pelos ramos das árvores, quando vê o grupo de humanos e Sora passando por ele — Uh... - sorrateiramente, decide segui-los sem que percebessem.

— Creeedo, este lugar está todo destruído - comentou Kairi, chegando na entrada de uma cidade que se misturava com a natureza.

— É aqui, chegamos - indicou, Edna — está é Caer Bocram, ou o resta dela...

— Tem mesmo a certeza que viveram aqui pessoas? - Questionou, Kyle — parece tão... abandonada.

— Caer Bocram já foi uma cidade cheia de orgulho - disse Edna — o dono do projeto quis construir um lugar onde humanos pudessem viver em harmonia com a natureza, sem electricidade ou os confortos das cidades normais, tudo o que tinham era o que a terra lhes dava. O problema, é que a construiram bem no meio deste lugar, cheio de escarpas, falésias e montanhas que estão sempre em contacto com  mar. E sabem o que dizem naquele ditado...

— Então foi destruída pelas montanhas... - Kairi olha em volta, se deparando com uma pequena fonte, coberta de plantas e lodo — eu até gosto! Dá um aspeto selvagem, convidando a ser explorada.

— Evee-evoi-vee... (Kairi modo ruina ativado) - Edna solta uma pequena gargalhada com o que Sora diz, antes deste pular de cima de sua treinadora.

— Terei escutado você rir? - Questionou, Kyle, se debruçando sobre a loira e recebendo uma cotovelada na barriga.

— Não diga bobagem - ela caminha — vão ficar ai parados? - Os três começam as buscas pela cidade, mas tudo o que encontram são destroços do que antes foram habitações para dezenas de pessoas. Edna trava de repente — hey, está ali alguém - no meio dos destroços, um adolescente de jaleca branca remexia na rachadura de um poço de pedra.

— EUREKA!!! - Gritou, retirando um pedaço de cristal alaranjado, do poço — Isto é mesmo o que estou pensando, é um exemplar de uma Sun Stone!

— Phyon? - Uma raposa, de pelo púrpura, sobe ao poço e cheira o cristal.

— Evooi! - Sora pula dos braços de Kairi e corre para se apresentar a este Pokémon, o que assusta o adolescente, fazendo-o esconder o cristal.

— Waaah! Vocês não vão roubar minha descoberta!!! - Gritou, deixando Sora confuso. Até que Kairi o pega ao colo.

— Ahh desculpe o Sora, ele ficou contente quando viu esse Espeon e quis o conhecer - disse a garota.

— Evo... - Sora lamenta, baixando a cabeça.

— Pheon... - A raposa maior olha para o pequeno.

— Calma, Sora? Eu estou conhecendo você, é a Kairi, não é? Irmã da Elena?

— Uh? Kairi, conhece esse garoto? - Perguntou, Kyle, se juntando à companheira.

— Er... não, acho que nunca o vi - falou, a garota.

— Não se lembra de mim? Sou eu, Albert Einscook. Fui colega de Elena durante os anos que aprendemos junto do professor Hawthorne. Nos vimos algumas vezes, inclusive eu estava na sua casa quando Sora nasceu.

— Hm... - ela leva uns momentos para tentar se lembrar — nope, não me lembro... desculpe.

— Você me chamava de Cookie... - falou, baixando a cabeça com alguma vergonha.

— AHHHHHHHH! - Se acende a luz na cabeça da treinadora — você é aquele esquisitinho que andava sempre atrás da minha irmã, mesmo quando ela te dava para trás. E então esse Espeon só pode ser Mercury, por isso que Sora te conheceu.

— Evovoi!

— Pheeon! - Este confirma, levantando a pata.

— Bruta... gostei - comentou, Edna, com Kairi reparando que o antigo colega de Elena se agachava, fazendo circulos no chão com um galho quebrado.

— Er... me desculpe, eu não queria ter dito essas coisas - atrapalhada, ela se abaixa.

— Não, não... tudo bem - este limpa o rosto com o braço e se levanta — você realmente cresceu imenso, pensar que já é uma treinadora e veio até Tolbyccia.

— E já tenho duas insígnias - exibiu.

— Incrível! E Elena, como está? - Perguntou, ignorando completamente as insígnias da garota.

— Hm... ficou em Ilyccia - respondeu, não escondendo um certo aperto — E você, veio atrás do Pokémon lendário, como a gente?

— Uh? Pokémon lendário?

— Isso, conte para todos, faça um grande circo... - ironizou, Edna.

— Essa pedra que tem ai é mesmo uma Sun Stone? - Perguntou, Kyle, observando o pedaço de cristal, que deixa o outro convencido.

— Yep! Eu estou fazendo pesquisas em nome do professor Hawthorne, já que sou seu assistente e minhas buscas me trouxeram até Caer Bocram, onde achei esse tesouro - ele o exibe na cara de Kyle — não é lindo?!!!

— Phe... - a raposa acerta no cristal com sua cauda, quebrando-o no chão e chocando o seu companheiro.

— Me parece só um pedaço de vidro - comentou, Edna, vendo o outro voltando a se agachar para fazer circulos no chão — ele é mesmo esquisitinho...

O grupo não percebia que estava sendo vigiado por Asbel e o seu gang.

— Que azar estar aqui outra pessoa - comentou, Sophie, espiando atrás dos escombros de uma casa coberta de lodo.

— E dai? - Questionou, Ruca — a gente vai lá, vence eles e encontra o lendário primeiro, facinho.

— Não seja bobo - Sophie o fita — eles têm um Espeon com eles e parece bem experiente, se tentássemos os enfrentar, seria o mesmo que naquele bosque, com aquela líder e a Sylveon...

— Sophie tem razão - concordou, Asbel — atacar de frente seria estupidez, nossos Pokémon não estão preparados para enfrentar um Espeon.

— Raro ver você concordar logo à primeira - brincou, Sophie.

— Tch! Só estou constatando o óbvio - disse, o líder — mesmo que conseguíssemos derrotar o Espeon sozinho, os outros pirralhos estão cheios de Pokémon que podem o apoiar, seria uma batalha perdida.

— Ele ficou bem mais refletivo desde que ganhou aquela insignia, já se acha um treinador de verdade - zombou, Ruca.

— I know, right? - Riu, Sophie, deixando Asbel corado.

— S-São capazes de parar com isso! - Atrapalhado, ele berra com o resto do gang — vamos esperar que eles encontrem o lendário, se batalharem com ele, os deixamos o enfraquecer e depois entramos em ação, capturando-o quando estiver fraco e cansado, entendido? - Os dois assentem e ao verem o grupo se movendo, o gang se desloca pela calada.

— Como vos disse, não faço ideia sobre nenhum Pokémon lendário - disse, caminhando na frente — sei que depois da destruição da cidade, teve um clã que Passimian que se mudou para cá, mas tirando isso, não sei de mais nada, muito menos sobre lendários.

— Falei que era perda de tempo - resmungou, Edna — só tem pedra nesse lugar, pedra e vidro.

— Eu gostei de ter vindo - disse, Kairi, virando-se para a companheira — poder explorar lugares do mundo, foi a razão que me fez querer sair em jornada, muito mais até do ser uma treinadora.

— Evoi - a raposinha assente.

— Você é bem diferente de Elena - comentou, Albert — ela não quis sair em jornada quando o professor nos deu nossos primeiros ovos de Pokémon.

— Uh? Minha irmã não recebeu nenhum ovo, que me lembre - disse a garota, tentando recordar.

— Claro que recebeu - ele respondeu — não contaram para você que o Sora era para ela? - Aquelas palavras, paralisam a garota.

— Vee?

— Que estranho, achei que tivessem dito a você. Os Pokémon dos seus pais tiveram dois bebés, um seria de Elena e outro de Estelle, era o que ficou acordado, mas naquela época você tinha contraído um vírus qualquer e ficou bastante doente.

— Lembro disso - ela recorda com um ar triste — nem conseguia respirar normalmente.

— Sim, então Elena decidiu dar a você o ovo dela, para que se sentisse melhor, desistindo da sua jornada - ele informa.

— Kairi - Kyle se aproxima da garota, que continuava pregada ao chão.

— Todo esse tempo achei que ela não tinha ido em jornada por medo de passar as noites no mato, mas foi por minha causa... - com Sora nos braços, a garota fica focada nos seus olhos.

— Evee...

— Tem uma entrada, ali - Edna aponta para aquilo que parecia uma escada de pedra que daria acesso a alguma passagem subterrânea. No entanto, estava coberta de entulho.

— Ah sim - Albert ajeita seus óculos — aquilo era uma antiga enervaria, os habitantes faziam remédios e outras coisas, tudo apenas com o que a terra lhes dava.

— Então nada de Pokémon lendário, mesmo - suspirou, Kyle, desiludido.

— Será que dá para levantar aquelas pedras? Queria descer... - comentou, Kairi, recuperando da descoberta anterior.

— Parece muito pesado - falou, Albert — nem os poderes de Mercury conseguiriam levantar isso.

— Evtchoo! - Sora espirra e Edna fica em silêncio, mas atenta. Bienfu também se mostrava agitado dentro de sua bolsa. Então, o grupo é surpreendido por um tremor de terra bastante forte.

— Terremoto!!! - Gritou, Kyle, se segurando a uma parede. E antes que os outros conseguissem se abrigar, o entulho explode, dando origem a uma enorme fonte de água quente que forma uma torre até ao céu, desaparecendo em questão de segundos.

— O que foi isto? - Questiona-se, Kairi, vendo que a entrada não estava mais bloqueada.

— Tenho um mau pressentimento - comentou, Albert.

— Pheo grrrrr! - Mercury, o Espeon, rosna em alerta. Do longe, o gang de Asbel observava, curioso. Ouvem-se estrondos, vindos de baixo, como se um gigante caminhasse e cada passo formasse uma cratera no chão. O grupo se junta e recua, quando...

— KAAAAAAAAAAAAAAAAAAAN! - Atraído pela Ressonância de Sora e Bienfu, um enorme Pokémon se manifesta, algo que Kairi nunca tinha visto.

— Ele veio por Sora e Bienfu - confirmou, Edna — se fugirmos, ele nos apanha.

— Que monstro é este? Sua pressão espiritual é tão forte que faz estremecer o solo... - comentou, Kyle, tentando se manter de pé.

— Em tantos anos, nunca vi um Pokémon como este... é um pesadelo!

— Não podemos deixar que ele pegue o Sora.

— Evooo! - Eles tentam fugir, mas o monstro os alcança facilmente.

— Eu disse que não tinha como escapar. Cada passo dele são três dos nossos - falou, Edna, que pela primeira vez tira os olhos da criatura, reparando em alguém que estava junto deles — de onde é que você saiu?

— Ukooo! - Este pequeno primata, se choca ao ver o tamanho do Pokémon inimigo, mas logo se distrai, olhando para Edna — Uko!

— Uh... oi para você também - ela responde — já reparou que estamos meio em que uma situação de vida ou morte, certo?

— Uko? - O primata aponta para trás com o polegar.

 — Sim, esse gigante atrás de você...

— Uh! Uh! Uh! - O macaquinho pega num galho que trazia na cabeça e bate com ele no chão, antes de o atirar à cabeça do inimigo, o que não surtiu qualquer efeito — Uko? - Encolhendo os braços, ele corre para a floresta, deixando o grupo na frente daquele monstruoso Pokémon.

— Aquele idiota conseguiu irrita-lo ainda mais... - Edna fala, mantendo a calma.

— Kano!!!!!!!!!  - Este rosna, fazendo estremecer o solo, novamente.

— Não vou ficar esperando que ele nos destrua, Sora, use Quick Attack! - Comandou, Kairi.

— Evovoi-Evoi! - A raposa pula do ombro de sua treinadora, investindo contra o inimigo. Ainda o acerta no rosto, mas faz ricochete para cima.

— Aproveite o momento, use Shadow Ball! - Comandou, de imediato.

— Eeevoi! - Sora produz uma esfera de energia negra, lançando-a contra o inimigo, mas esta se desfaz no seu dorso, aparentemente sem causar qualquer dano.

— KANION!!!!! - Este revela dois braços mecanicos, que se extendem e produzem jatos de água a ferver, que acertam Sora, o deixando com grandes danos.

— Sora!!! - Kairi corre para junto do pequeno Eevee que não respondia.

— Mercury, use Psybeam! - Comandou, Albert.

 — Pheooon! - Este focaliza seu Mana na gema em sua testa, produzindo um raio de energia, com várias cores, que acerta o dorso do oponente, mas mais uma vez, não parecia surtir qualquer dano.

— É mesmo um Pokémon lendário... - murmurou, Edna, que agora tremia de medo, ao ver que os ataques não surtiam qualquer efeito naquela criatura.

— Kan? - Este pressente a presença de mais intrusos e dispara um jato para o chão, usando-o como impulso para subir para uma parte mais alta da cidade.

— Ele está fugindo?

— É nossa chance para zarpar daqui! - Falou, Albert — Kairi, deixe Sora descansar na Pokébola e vamos logo - a garota concorda com ele, e os quatro correm para fora da cidade, quando são impedidos por mais jatos de água, que destroem o que restava de uma casa, com os escombros bloqueando a passagem do grupo. Caindo, também, Asbel, Sophie e Ruca se revelam, após escaparem do ataque.

— Que força, aquele cara não ta brincando - Asbel se levanta, agarrado ao braço esquerdo que fora ferido na queda.

— Hey, vocês eram aqueles bandidos de Quoi Woods - identificou, Kairi. Os três se juntam, prontos a enfrentar a garota.

— Seja qual for o vosso conflito, ele pode esperar. Temos problemas maiores - disse, apontando para o monstro que pulava de volta para a frente, agora do grupo de 7.

— Não... não consigo mais... - Edna treme por todo o corpo e Kyle a abraça.

— Não deixarei que nada lhe aconteça - ele puxa de uma Pokébola e Edna cora — Bruce, ajude-nos!

— KEEEH! - O morcego sai de dentro da cápsula e encara o opositor.

— Use Poison Gas, agora! - Ordenou.

— Keeeeeh! - O morcego libera fumaça toxica que envolve o monstro.

— Agora, Supersonic!

— Keeeeeeeeeh! - Este emite ondas sonoras para dentro da fumaça criada anteriormente. Kyle pega a mão de Edna.

— Agora corremos - ele diz, tomando a liderança do grupo de 7 treinadores que fogem para tentar encontrar um esconderijo. Os efeitos da fumaça não durariam muito tempo, mas foi o suficiente para eles se abrigarem em uma das casas em ruínas.

— Isso foi de génio, garoto. Usar o fumaça e Supersonic para ele não conseguir ouvir para onde nós estavamos indo, nem eu faria melhor.

— Tive que pensar rápido, achei que funcionaria - o garoto diz.

— Keebo... - Edna murmura e faz o garoto olhar para baixo, os dois estavam sentados, ainda de mão dada e Kyle cora.

— Eeek! Me perdoe, eu não fiz por mal!!! - Ele se ajoelha e abaixa a cabeça — não me dê um choque!

 — Tudo bem - ela vira a cara, escondendo o rosto avermelhado — mas da próxima o transformo em churrasco.

— Aquele Pokémon é muito forte - comentou, Kairi — não fazia ideia que o poder de um Pokémon lendário fosse assim...

— Me lembrei de onde vi a imagem dele - falou, Sophie — É um Volcanion, agora tenho certeza.

— Volcanion? - Questionou, Ruca — espera, você está dizendo que aquele é o lendário Volcanion, o Pokémon dos contos Cetra? - Sophie assente.

— Calma só, Cetra? - Kairi fica curiosa.

— Na casa do nosso pai, existe um livro antigo que fala sobre um Pokémon criado pelos Cetra, usando Machina. Segundo o livro, ele ajudava seus criadores na construção de novas tecnologias, mas com o tempo, os Cetra passaram a temer o seu poder, por ser grandioso demais para eles controlarem, então tentaram no destruir, mas na batalha, ele é que destruiu toda a cidade, fazendo as montanhas de abaterem sobre ela, desaparecendo no nevoeiro para nunca mais ser encontrado - contou, Sophie.

— Tch! São só histórias - diz, Asbel, agarrado ao braço ferido — nem mesmo um Pokémon lendário poderia sobreviver tantos anos, os Cetra desapareceram à milénios.

— Como está seu braço? - Questionou, Kair, se aproximando dele.

— E que você tem a ver com isso? - Disse, rude — que está fazendo? - Perguntou, ao ver a garota tirar uma blusa da sua mochila e a rasgar.

— Não se mexa, isto vai ajudar - ela faz um curativo com o tecido, usando-o para estancar o sangue do garoto.

— Por que é que fez isso? Somos inimigos.

— Cara, você estava precisando de ajuda e ninguém tinha curativos, pare de resmungar. Chato... - disse Kairi, se levantando e se juntando a Kyle e Edna.

— Não estou ouvindo o Volcanion - comentou, Kyle — será que já foi?

— Eu que não vou ver - disse, Albert, amedrontado. Ele se assusta quando vê um dos mármores do chão se movendo.

— Uko! - O primata volta a aparecer, revelando uma passagem subterrânea.

— Você de novo? - Edna o encara e este foge para baixo.

— Gente, será uma saida? - Questiona-se, Kyle.

— Aquele Pokémon pode estar nos tentando ajudar - disse Kairi, se ficarmos aqui o Volcanion nos encontra, então mais vale irmos logo.

E assim, os 7 seguem o pequeno primata verde. A passagem era um tunel escuro, mal se conseguia ver onde se punha os pés, até Ruca ter uma ideia e puxar de uma pokébola.

— Aska, saia e use Flash! - Comandou o loiro, abrindo a cápsula nas mãos.

— Erekiré! - O lagarto amarelo pula para a frente do grupo, iluminando o seu corpo e o caminho. Eles reparam nas gravuras desenhadas nas paredes.

— Está tudo escrito em uma lingua antiga - comentou, Albert — incrível, isto são ruínas Cetra - informou, surpreso.

— Quê? Mas eu pensei que esta cidade não tivesse nem 50 anos... - falou, Kyle, confuso.

— Os antigos moradores devem ter construido Caer Bocram em cima de ruínas Cetra e nuna se aperceberam - pressupôs, Sophie.

— Eu acho que perceberam - disse, Edna — sempre achei estranho terem construído uma cidade em uma zona como esta, não fazia sentido, a menos que...

— A menos que quisessem esconder alguma coisa, como o Volcanion - supôs a garota do gang de Asbel.

— Então quem destruiu a cidade foi... - Antes que Ruca terminasse, Sophie assentia.

— Volcanion! - Confirmou — Ele deve ter provocado a derrocada para expulsar os humanos do seu território, a cidade Cetra que ele destruiu, centenas de anos atrás.

— Então ele nunca foi embora, ficou vivendo aqui esse tempo todo... deve ter sido solitário.

— Então, há 50 anos, descobriram a existência deste lugar, construíram uma cidade de fachada com a desculpa da naturalidade, para afastar curiosos que preferem o conforto da tecnologia. Durante 40 anos, tentaram capturar Volcanion, falharam e ele destruiu a cidade, expulsando-os daqui.

— E agora pensou que nós éramos essas pessoas, que estavam tentando voltar para o capturar de novo - disse Kairi, olhando para as gravuras enquanto andava pelo tunel, até uma saida que dava acesso a uma caverna escondida atrás de uma cachoeira.

— Ugaaaa! - Animado, o macaco comemora a saida do tunel, mostrando a todos que estavam de volta na floresta, longe de Caer Bocram — Uko-Uko! - Ele corre para Edna e sorri.

— Eu não sou treinadora, peça a um deles - ignorou, Edna, virando a cara.

— Hey! - Kyle se chega à frente — isso é um Grookey, não é? É bastante raro e visto que ele quer vir conosco, eu... - antes que terminasse, o primata lhe atira com o galho à cara, fazendo o garoto cair para trás.

— Uko! - Ele volta a olhar para Edna e abre os braços.

— Bruto, sabe o que quer... gostei - de dentro de sua bolsa, ela pega uma cápsula vazia e a joga sobre o pequeno macaco, capturando-o instantaneamente.

— Yaay! Você pegou um novo Pokémon. Já sabe que nome vai dar para ele? - Questiona, Kairi,

— Rin - ela diz, sem pensar muito.

— Temos que comunicar o que aconteceu - Sophie vira-se para Asbel e Ruca, que concordam e, sorrateiramente, se afastam do grupo de Kairi, com esta a vê-los escapando mas decide não fazer nada. No entanto, faltava Albert, que havia desaparecido dentro do tunel — hm... também deve ter ido embora...

Como ela estava enganada...

— É verdade, Volcanion existe mesmo e eu posso prová-lo! - Em Caer Bocram, Albert fala com uma figura que surge junto dele — mestre, o poder dele é incrível, bem melhor que a Sun Stone.

— Volcanion... - ele se revela.

— Então a lenda é verdadeira.


Continua...