Capítulo X-9

— Uh? Você quer um Pokémon para começar sua jornada?

— Qual o espanto, mãe? Já tenho 10 anos - Kyle encosta-se na porta da cozinha, falando com sua mãe, Rutee, que preparava o almoço — você e papai também começaram com essa idade, não foi?

— Foi, querido, mas não é esse o problema - ela senta-se na mesa de madeira, onde cortava os legumes — o meu espanto foi que você nem sequer arruma seu quarto direito e já quer sair por ai?

— Você e papai foram grandes treinadores, tio Leon está tentando ser o capo das guildas para substituir o avô. Eu quero ser tão bom quanto vocês e levar o nome da familia de novo à gloria - ele diz, cheio de convicção. Rutee se aproxima dele e pousa a mão no cabelo do garoto, despenteando-o.

— Querido, você não precisa provar nada para ninguém. Você é o Kyle, não uma extensão dessa família - ela sorri — tudo o que eu desejo é que você seja você próprio, sem pressões.

— Mas mãe, eu quero mesmo me tornar num treinador - insistiu, olhando a mãe bem nos olhos.

— Estou vendo que já pensou muito nisso - ela diz, sorrindo — muito bem, eu o ajudarei com o inicio da sua jornada, sabe como capturar Pokémon?

2 semanas depois...

— Boa sorte, querido, divirta-se - A mulher acompanhou o filho à porta de casa, se despedindo.

 — Trarei o troféu de campeão para casa - ele diz, animado — arrume um lugar junto dos troféus do papai.

— Bun! - O coelho imita a pose do seu treinador.

E assim, o jovem treinador inicia a sua jornada por este mundo Pokémon.

Ginásio de Aspio...

— Salem, use Fire Spin! - Amber comanda

— Nyaaaarrr! - O gato preto cospe uma corrente de fogo, que cerca o pequeno coelho. As chamas se intensificam, criando um redemoinho de onde o Pokémon de Kyle não conseguia escapar.

— Tente pular dai, use Bounce!!! - Comandou, desesperado. Amber sorri.

— Salem, Flame Charge! - Comandou de imediato.

— BUUUN! - Quickie ganha impulso, quase saindo do tornado por cima.

— Nyaaraa! - O gato ganha velocidade, subindo pelo tornado enquanto as chamas cobrem seu corpo. Este pega o coelho tentando escapar e investe contra ele, o pressionando de volta ao centro do redemoinho e o afundando no solo com seu peso, deixando o coelho sem condições de continuar.

Atualmente...

— Será que tomei a decisão acertada? - O jovem se questiona, olhando para o céu onde uma grande nuvem o lembra de sua casa.

— Falou alguma coisa? - Edna viu os lábios do garoto mexendo quando ele se perdia em pensamentos.

— Uh? - Ele se surpreende — nada não - disfarçou, continuando a andar. Edna ficava suspeitando que algo não estava bem.

— Ainda falta muito para Heliord? - Kairi liderava o trio no caminho para a nova cidade, mas à sua frente só via mato e nem sinais de civilização — eu e Sora só pensamos no nosso próximo desafio.

— Evovi-Evooo! - Assentiu, a raposa.

— Estamos a um dia de distância - disse Edna — claro que se tivéssemos tomado aquela carona da carroça, teríamos chegado já...

— O cara era muito estranho... - disse, Kairi — além de que eu queria combater com outros treinadores que andassem por aqui. Graças a essas batalhas estamos bem mais fortes.

— Então já esqueceu a derrota para o Zellos? - Edna provoca.

— Primeira regra do grupo da super amizade, não mencionamos a derrota para Zellos - disse, Kairi, com Sora concordando.

— Ela venceu Amber e depois perdeu para Zellos... eu nem Amber consegui vencer - o garoto volta a se perder nos seus pensamentos — sabia que iria ter mutos treinadores mais fortes do que eu, mas não pensei que esses treinadores fossem da minha idade...

"Você é o Kyle, não uma extensão dessa família"

— Eu sou o...

— Keebo! - Gritou, Edna — cuidado com a... - distraído, o garoto embate contra um tronco, caindo para trás — árvore... - as duas garotas se debruçam sobre o coitado.

— Kyle, você está bem? - Perguntou, Kairi, algo preocupada.

— Você tem estado estranho - disse, Edna.

— Desculpem - ele senta-se no gramado — tenho andado a pensar numas coisas e me distrai.

— Pensando em quê? - Kairi pergunta.

— Coisas de casa... - disfarçou — Hey, desde quando é que você soube que queria ser uma treinadora? - Perguntou, olhando a treinadora de Sora que fica algo confusa.

— Hm... - ela fica pensativa por uns momentos — Sabe, nunca me perguntei muito isso, foi algo que simplesmente aconteceu - Kyle agarra um punhado de grama, escondendo a reação — quando tive o Sora, comecei logo a pensar em fazer grandes viagens, explorar ruínas, cavernas e tudo o que o mundo tem para oferecer. Com os anos passando eu comecei a ver competições, me interessando pelas estratégias de combate e iniciei os treinos com Sora até ter idade para sair de Zephyr.

— Entendo... - o loiro abaixa a cabeça e se levanta — você terminou virando uma grande treinadora, tenho a certeza que dará show na liga.

— Espero que sim - ela diz, com Sora subindo para a cabeça dela e concordando — quero trazer o troféu da liga para casa, se tornou no meu objetivo.

— Isso só vai acontecer se eu deixar - Kyle força o sorriso, apertando o punhado de grama que havia levantado. Edna repara que o garoto não estava bem.

— Gente, achei a estrada para Heliord - Edna aponta para uma descida que ia dar num caminho de terra batida. Ao longe se via altas muralhas de pedra e nuvens negras que cobriam toda a cidade — malevolência - ela diz, ficando com um ar sério. 

— Edena - Bienfu espreita com a cabeça fora da bolsa. Kyle e Kairi se aproximam da descida.

— Parece o que aconteceu em Nor - comentou, o loiro, não escondendo o nervosismo.

— Espero não ter de enfrentar aquele creep de novo - disse Kairi, se recordando de Seymour.

— Evee... - Sora começa a tremer e Kairi acha por bem o colocar de volta na Pokébola. E assim, os três viajantes seguem estrada fora, se consciencializando que teriam de combater a fonte de toda aquela energia negativa. No entanto, antes de chegar na cidade...

— Halt! - Ouve-se uma voz forte, vinda dos arbustos e logo um grupo de soldados cerca o trio, que fica assustado quando estes os apontam armas de fogo.

— Crianças? Quem vos enviou? - Perguntou aquele que parecia ser o superior dos soldados, era um homem mais velho, de cabelos castanhos e com um olhar muito intimidador. 

— Qu-quê? N-n... - com medo das armas, Kairi gagueja, se perdendo no que ia dizer, Edna dá um passo em frente, ficando com todas as armas apontadas à sua cabeça.

— Somos treinadores - disse, pacientemente — viemos desafiar o líder do ginásio de Heliord.

— O ginásio está fechado - anunciou o líder, fazendo sinal para baixarem as armas — não são permitidas pessoas estranhas em Heliord, peço-vos que voltem para trás.

— Fecharam a cidade por causa da Malevolência? - Questionou, Kyle, deixando o soldado surpreendido.

— Malevolência? Que diabos é isso? - Perguntou, irritado e Edna volta a se chegar à frente.

— Vossa cidade está carregada de energia negativa e só tende a piorar - ela diz, reparando que os soldados ficam assustados — nós podemos lidar com isso, se nos deixarem passar - o líder aponta levanta sua arma e a aponta bem no meio da testa de Edna.

— E como posso confiar em si? - Perguntou ele, esperando que a garota se intimidasse, o que não aconteceu.

— Não pode! - Ela diz, surpreendendo o soldado — pode me matar já aqui, mas depois não terá ninguém que ponha um fim na escuridão que se abate sobre sua cidade.

— Hah! - Ele solta uma gargalhada — mocinha tão pequena mas tão corajosa, gostei de si - ele se vira para os seus homens — deixem eles passar, pode ser que sejam a solução para o nosso problema - os soldados abrem caminho e o lider guia o trio até Heliord — meu nome é Cliff, sou comandante da brigada imperial e protetor de Heliord - se apresentou, recebendo os nomes do trio em seguida — chegamos, essa é nossa cidade.

Heliord tinha um aspeto antigo, as construções eram todas de pedra e no fundo uma cachoeira gigante fazia um semi-circulo à volta deste lugar. O grande orgulho da cidade era a grande torre do relógio, bem na praça central, monumento que atraia turistas de todo o mundo, mas que neste momento estava completamente vazio.

— Que cheiro horrível! - Kairi tapa o nariz, ficando com vontade de vomitar.

— Céus, morreu aqui alguém? - Questiona-se, Kyle.

— Já dura há vários dias - respondeu, Cliff — a água que corre na cachoeira dá de beber à população, mas desde à seis dias para cá, tem estado inconsumível, liberando este cheiro nauseabundo que fez com que quase todos os habitantes fugissem para as cidades mais próximas.

— É um efeito da Malevolência - disse, Edna, a unica que não tapava o nariz.

— Em Nor todos adormeceram e estava chovendo imenso - recordou, Kairi, com Edna assentindo.

— Energia negativa vem sempre de alguma fonte - continuou, a loira — em Nor era aquele Grumpig e Hypno que produziam esses efeitos, aqui será com certeza algo diferente - ela olha para a cachoeira — se o problema está na água, devemos investigar.

— Vocês são apenas crianças, deviam deixar um adulto resolver isto - aconselhou, o comandante.

— E que adulto resolveria? Nem os soldados imperiais conseguiram - provocou, Edna, deixando Cliff embaraçado.

— Er... certo, mas eu vou com vocês, para ajudar - ele diz, nervoso e Edna encolhe os ombros.

— Faça o que quiser, só não atrapalhe os profissionais - ela diz.

— Eh... s-sim, milady - Kairi e Kyle ficam de queixo caído ao ver como Edna comandava o comandante. Este os guia até à rede de esgotos que ficavam junto do canal que separava a cidade da cachoeira.

— Que cheiro nojento, vou desmaiar!!! - Reclama, Kairi.

— A cidade ta morta, manda abaixo e faz de novo...

— Vocês se queixam demasiado, criancinhas... - provocou, a loira.

— Por que é que você não sente o cheiro? - Questiona, Kairi.

— Sinusite - respondeu, continuando a andar para dentro do esgoto.

— Usem isso - Cliff retira protetores para o nariz, entregando-os ao trio — coloquem por cima dos vossos narizes, vai fazer com que sintam vossos aromas favoritos.

— Wow! Cheira a morango!!! Essa tecnologia é incrível - comemorou, Kairi.

— Incrível, sinto que estou na praia com esse aroma de mar, quase que ouço as ondas colidindo contra as rochas - Kyle relaxava, até reparar em Edna — Uh? Está sorrindo? A que cheira o seu? - A loira cora e cobre o rosto com a umbrella.

 — Vamos logo!!!! - Reclamou, voltando a sorrir discretamente.

— Goomy-goo - Um pequeno Pokémon nadava perto dali, quando mira o grupo entrando no esgoto, fixando em Kairi.

— Está bem escuro, não se separem - aconselhou, Cliff, que acendia uma tocha para iluminar o caminho.

— É tão húmido... - constatou, Kyle — espero que não tenhamos de ficar aqui muito tempo.

— Pode ser húmido, mas o mau cheiro já foi - disse, Kairi, vendo o lado positivo — eu prefiro a calma destes túneis.

— Acho que nunca vou ser capaz de acompanhar esse seu espírito otimista - comentou, Edna, que olhava com algum nojo para o chão coberto de lodo e lama.

— Hah! - Cliff solta uma gargalhada — vocês são um grupinho interessante.

— Hey, senhor Cliff - chamou, Kyle — estes esgotos parecem uma construção antiga - o comandante assente com a cabeça.

— Sabe, estes túneis foram mandados construir pela guarda do imperador durante o período negro, para que pudessem entrar em outras cidades sem serem detectados. - ele disse e Edna se chega à frente.

— O período negro foi uma grande batalha que a humanidade travou durante o reinado de Artorius Zaphias, o imperador sanguinário que foi apagado da história - ela disse, surpreendendo o comandante.

— Conhece a história? Estou impressionado - Cliff respondeu.

— Você mencionou algo e esperava que nós entendêssemos o que era sem qualquer explicação. Péssimo guia - provocou.

— Er... eu acho que vossa amiga me odeia...

— Ela tem uma forma especial de demonstrar os sentimentos, mas é boa pessoa... eu acho - comentou, Kyle.

— Mas continuando - falou, Kairi — eu nunca tinha ouvido falar desse imperador, ele foi mesmo apagado da história? - Cliff confirma.

— Não se sabe quase nada sobre ele, apenas que usou uma terrível Machina para por um fim à guerra, custando milhares de vidas. Então não se fala dele nas escolas ou nos livros - respondeu, o comandante — é como se aquele período nunca tivesse existido.

— Machina? - Kyle recorda — ele estava aliado com os Cetra? - Perguntou, vendo Cliff levantando os ombros.

— Quem sabe... não existe qualquer registo dele, o nome não aparece em pesquisas de Internet, tudo o que se conseguiu descobrir foi a partir de um velho manuscrito encontrado numas ruínas que se imaginou ser o castelo onde esse imperador vivia.

— Estamos sendo seguidos - alertou, Edna, mantendo a calma. Cliff confirma.

— Eles têm vindo atrás de nós desde que entramos, mas mantenham a calma e não olhem para trás - pediu, o comandante, mirando Kairi e Kyle que se esforçavam para não rodar a cabeça.

Os perseguidores, espreitavam à superfície da água suja, sussurrando entre si, para que a palavra chegasse a todos os que ocupavam os túneis subterrâneos. O grupo de humanos chega então junto de uma grande sala de pedra, onde o chão era coberto por uma extensa camada de lodo.

— Er... gente - Kyle dá um passo atrás — é impressão minha, ou o chão está se movendo? - Os outros reparam que o lodo começa a tomar forma.

— Que nojo, o que é isso? - Questiona, Kairi, vendo as criaturas ganhando vida.

— Cuidado, crianças, isso são Grimer e são altamente venenosos - alertou, Cliff.

— Calma, aquilo são Pokémon? - Questiona, Kyle, surpreendido.

 — Deeedeeeneeee! - Bienfu pula da bolsa de Edna, produzindo uma grande quantidade de elétricidade, pelos bigodes, descarregando-a sobre os Grimer na esperança de abrir caminho.

— Formaram mais? - Chocada, Kairi vê que apesar do ataque ter feito danos, ainda mais Grimer se formam dos restos dos anteriores.

— MUUUUUUUUK! - Uma criatura ainda maior se forma por trás dos Grimer, assustando Kyle e Kairi.

— Aquele Grimer é enorme! - Constatou, Kyle, vendo que Cliff estava nervoso.

— Não é um Grimer, é sua evolução... Muk. É extremamente venenoso e consegue engolir humanos adultos sem precisar os mastigar.

— Bruce, use o Supersonic! - Vendo que suas companheiras estavam em perigo, Kyle atira a cápsula ao ar, liberando o seu Pokémon.

— Keeeeeeeh! - O morcego sai da esfera, soltando um berro ensurdecedor que afeta a audição dos Grimer e Muk. O grupo aproveita para fugir.

— Boa ideia garoto, você pensou rápido - elogiou, Cliff, correndo atrás das crianças para proteger a retaguarda.

— Esses Pokémon são criados por malevolência? - Questionou, Kairi e Edna nega.

— São orgânicos - ela responde — mas estão sendo ordenados pela fonte que existe nesses túneis.

— Como os Spoink, em Torim? - Voltou a perguntar e Edna assente.

— Droga! - Gritou, Kyle ao se ver novamente com a passagem bloqueada pelos Grimer que se deslocavam pela água e pelas condutas dos esgotos — estamos completamente cercados.

— Deixem comigo - Cliff puxa de uma Pokébola — Vangard, preciso de você, amigão!

— Rhyyyyy! - Um Pokémon massivo é liberado da esfera, causando o abalo do solo quando suas patas o tocam.

— Um Rhydon? - Kyle identificou, se surpreendendo com o tamanho da criatura.

— Vangard, use Horn Drill!!!! - Comandou, Cliff.

— DOOOON! - O chifre do Pokémon gira como uma broca e este se impulsiona na direção dos Grimer, perfurando pelo lodo e abrindo uma passagem que o grupo aproveita para escapar.

— Até tou com pena dos Grimer - lamentava, Kairi, vendo os pedaços de lodo caídos enquanto corria pelo caminho que o Pokémon de Cliff abrira.

— Não estão mortos - descansou, Edna — eles podem se formar de novo, acabando por se multiplicar.

— Isso quer dizer que ainda vai ter mais? - Kyle chegou a essa conclusão mesmo antes de terminar a pergunta, continuando a correr bem depressa. O grupo precisa de descansar e se encosta a uma zona limpa, tentando recuperar o folego.

— Grimer! - Um dos perseguidores desliza para a frente do grupo e se prepara para alertar os outros da sua descoberta.

— Ai não vai, não! - Kyle lança uma cápsula vazia na direção de Grimer, sugando-o.

A captura é concluída e Edna julga o loiro com o olhar.

— Que foi? Ele ia avisar os amigos - justificou-se, Kyle. De repente, os outros chegam e Kyle percebeu que havia besteira — heh?

— Os Grimer se formam a partir do lodo, quando um é destruido outros se formam mas continuam ligados pelo mesmo lodo que se formaram originalmente - Cliff explica — ao capturar esse, os outros sentiram o companheiro que fazia parte deles desaparecer.

— Bom trabalho, Keebo - ironizou, Edna.

— Como é que eu iria saber?

— Muuuuuk! - Irritado, o líder dos Grimer surge junto dos outros e cospe lodo contra o grupo de humanos.

— Mega Punch!!! - Comandou, Cliff.

— Doooon! - Vangard focaliza o Mana no seu punho e soqueia o lodo, impedindo que atingisse o grupo.

— Vangard, agora use Earthquake!!

— Rhyyy... - O Pokémon focaliza uma imensa quantidade de Mana que faz estremecer os tuneis. Cliff segura Kyle, Edna e Kairi enquanto Vangard solta um rugido e, com toda a força afunda sua cauda no chão — Dooooon! - O solo por baixo dos Grimer e Muk quebra, engolindo as criaturas venenosas e revelando o que se escondia no piso inferior.

— Uma machina produtora de malevolência - identificou, Edna.

 — Denene! - O roedor pula da bolsa de Edna, descendo pelos destroços até à machina, destruindo-a de imediato com a sua elétricidade. Naquele momento, as nuvens negras que pairavam sobre a cidade, desaparecem completamente e os soldados comemoram no exterior.

— Essa criançada conseguiu mesmo acabar com o problema, hah! - Cliff comemora, soltando uma gargalhada.

— Dene? - Bienfu fica atento, o perigo ainda não havia passado. Ele corre de volta para Edna, alertando-os que algo estava chegando e de repente...

— Olhem aquele lodo - Kyle aponta para uma poça viscosa, contendo várias cores diferenciadas.

— Está tomando forma - constata, Kairi.

— Muuuuk!

— Que raios é aquilo? É ainda maior que o Muk!!! - Comentou, Kairi, assustada.

— Parece ser o rei deles - falou, Edna.

— É o chamado Rainbow Muk, o mais poderoso e venenoso da espécie - identificou, Cliff, rangendo os dentes.

— Bruce, use Shadow Ball!!! - Comandou, Kyle.

— Keeeeeh! - O morcego dispara uma esfera de energia negra para baixo, acertando Muk que rastejava pelos escombros.

— Muuk! - Este responde com lodo, cuspindo-o contra Bruce que é projetado contra o teto.

— Que poder... — Kyle treme, vendo sua estratégia falhando.

— Qual é com a perda de confiança? - Confuso, Kyle foca em Cliff — você estava indo bem, se movimentando rapidamente e com precisão, mas então uma das suas técnicas falha e você fica com medo? - Repreendeu, o comandante.

— Eu não... - o garoto recua, sem conseguir responder.

— Saga e Light, conto convosco!! - Kairi libera dois dos seus Pokémon.

— Buusken! - Irritado, Saga chuta Light contra a parede e se joga sobre Muk.

— Light! - Preocupada, Kairi corre para socorrer a companheira — Saga, o que deu em você??! - Sem resposta, a garota observa o Pokémon de fogo enfrentando o venenoso.

— Cooombusken! - O galo chuta o monte de lodo, mas este o agarra pelos pés, o pendurando de cabeça para baixo.

— Muuuuk! - Este focaliza seu mana, criando pilares rochosos que brotam pelo chão e que quase perfuram o peito de Saga. Sem desistir, este tenta se equilibrar num desses pilares, pulando.

— Coooombusken! - O galo dispara uma corrente de chamas, acertando o venenoso, que responde de imediato.

— Muuuuk! - As queimaduras faziam efeito, mas ainda assim o rei dos Muk cospe lodo contra Saga, que ainda se encontrava no ar, sem lugar por onde fugir, sendo atingido e caindo em cima dos pilares rochosos, nocauteando-o de imediato.

— Saga, retorne - Kairi suga o seu Pokémon de volta para a esfera, entristecendo o olhar, mas se mantendo focada na luta — Light, agora é consigo, use Electro Ball!

— Emooon-GAAA!! - Recuperada, a esquila produz uma imensa energia elétrica com sua cauda, atirando-a contra Muk.

— MUUUUK! - Este também cria uma imensa quantidade de energia para cuspir uma bola de lodo maior que a anterior. Os dois ataques colidem, projetando os dois Pokémon para direções opostas, sofrendo ambos danos.

— Muuk! - Os subditos do rei regressam e vendo seu maior ferido, o resgatam, deslizando pelos escombros em direção ao mar. O perigo desaparece e o trio sai dos esgotos, vendo o lindo sol que iluminava a cidade.

 Os soldados comemoram a vitória com gritos ao seu comandante e o trio de crianças.

— Estou tão feliz por vê-los! - Em lágrimas, o comandante se abraça aos seus soldados e todos choram, deixando o trio confuso.

— E agora poderei finalmente desafiar o ginásio - disse, Kairi.

— Evoo! - Comemorou, Sora, que tinha acabado de sair da Pokébola. Cliff ouve o que a garota diz e se aproxima dela.

— Lamento, mas o ginásio não poderá ser aberto agora - ele diz, deixando a garota desanimada — precisamos de reabrir tudo na cidade, vai levar um ou dois dias até tudo estar funcionando normalmente.

— Ahhh que droga - a treinadora abaixa a cabeça — posso pelo menos marcar um combate com o líder.

— É claro, você será minha primeira desafiante assim que abrir o ginásio - ele diz, surprendendo-a.

— Q-quê? Você é o líder do ginásio? - Ela questionou.

— Uh? Não vos tinha dito ainda? - Kyle e Kairi negam com a cabeça — Hah! Com tudo o que aconteceu, acabei esquecendo.

"..."

— Er... esse julgamento com os olhos machuca mais do que palavras - murmurou, Cliff, reparando em Edna - para vos compensar, deixarei vocês ficarem na estalagem da cidade, sem pagar.

— É melhor que nada - disse Kairi — assim também podemos ir ao tal laboratório saber mais sobre mega evolução.

— Evee!

— Mega Evolução? - Cliff ouviu e sorri — se está interessada, deve mesmo falar com nossos especialistas, com certeza irá aprender imenso - o comandante acompanha o trio até à estalagem enquanto fala sobre o laboratório de pesquisa e assim, a noite vai caindo.

— O que é que eu faço? - Sentado nas muralhas, Kyle se perde nos seus pensamentos. Em baixo, Cliff repara no garoto, mas sem dizer uma palavra, se afasta.

Enquanto isso, longe de Heliord, numa torre coberta por sombras...

— Muuuk Muuuk! - Junto de grandes pedaços de gelo, o venenoso pedia clemência para uma figura que se identificava como Seymour.

— O que tinha para fazer era tão simples e no entanto... nem quero mais olhar para sua cara, Jafar - ele estala os dedos e Muk se assusta.

— Kazam! - Jafar deixava Muk assustado, o Pokémon de Seymour focalza o Mana no seu punho, fazendo-o brilhar em tons de azul celeste. Ele esmurra o venenoso, congelando-o no processo, quebrando-o em pedaços que se misturam com o resto que se espalhava pela torre. Assistindo a tudo, Mercury tenta afastar o olhar.

— Precisa ver - Abra diz — é o que acontece aos que falham.

— Pheon... - a raposa psíquica demonstra algum medo e se treme quando Seymour sorri para ele.

Continua...