Capítulo XX-3

No dia seguinte ao festival, o grupo, agora acompanhado por Elena, faz-se à estrada, rumo ao próximo destino.

— O ginásio mais próximo fica na cidade de Dahngrest, mas...

— Essa não é a cidade ocupada por guildas? - Edna assente.

— Não se preocupe, Elena, o Leon vai lá estar e ele nos protege se algo de errado acontecer.

— A cidade não é tão ruim quanto falam, eu passava imenso tempo lá em criança e nunca me aconteceu nada de mal.

— Ainda assim... - Elena abaixa a cabeça e começa a pesquisar na sua agenda, captando a atenção de Edna.

— Isso é um Pokédex? - Perguntou, se debruçando sobre o aparelho, Elena confirma.

— O professor Hawthorne me deu, quer ver?

— Está muito bem equipado, tem imensa memória — Edna se delicia ao deslizar as aplicações.

— O Eizen adora tecnologia, não me espanta que a irmãzinha dele também - Elena riu.

— Isso só serve para identificar Pokémon, não é? - Perguntou, Kyle.

— Não só - respondeu, Elena — também pode comunicar com o sistema Porygon para depositar e levantar Pokémon.

— Uh? Mas não tem nenhum lugar para botar Pokébola - observou, Kairi.

— Não precisa - disse, Edna — colocando a Pokébola nesse leitor, ela é transportada diretamente para a fazenda de Eizen. Tudo graças ao Wi-fi - explicou, com Elena confirmando.

— Tecnologia é incrível - Kairi e Kyle se espantam. O grupo continua andando até ver uma grande e moderna construção, no meio da floresta, isolada do resto da civilização.

— Que lugar é aquele? - Kyle foi o primeiro a reparar, vendo o grande edifício — parece um hospital ou algo assim...

— É um laboratório - respondeu, Edna.

— Se não estou em erro, tinha mesmo aqui um centro de pesquisas e restauração de fósseis - confirmou, Elena, lendo o mapa.

— Uh? Kairi, você não tinha guardado aquele fóssil Helix que achou nas ruinas Shaikos? - Perguntou, Kyle, relembrando a jovem.

— Ah é - ela busca na mochila, encontrando-o embrulhado em um pacote, sujo de migalhas de pão — achei! 

— Você podia ter tomado mais cuidado disso - disse, Elena, olhando-a de lado. Kairi ri e disfarça.

— Acham mesmo que podemos restaura-lo ali? - Kairi pergunta.

— Só vamos saber se lá formos - responde, Edna. O quarteto chega junto da construção e as portas de vidro se abrem para os lados, deixando-os entrar.

— Raaaaaaaaawr! - O grupo é recebido por um Pokémon que parecia irritado, rugindo e em seguida correndo para eles, os mirando com a cabeça.

— Waaaah! - Assustados, os quatro gritam e Sora pula do chapéu de Kairi.

— Evooooi! - A raposa investe contra o atacante, mas este o cabeceia, disparando Sora contra a parede.

— RAAAAAAWR! - O Pokémon ruge.

— Cranidos, pare! - Um homem de jaleco branco corre para a entrada do edifício, jogando uma baga ao ar que o Pokémon apanha e come — vocês estão bem? - Os quatro respondem positivamente.

— Sora é que está KO... - comentou, Kairi, vendo seu companheiro meio zonzo. O homem acaricia o Pokémon, para que este percebesse que o grupo não eram más pessoas.

— Você disse Cranidos? Isso é mesmo um Cranidos? - Questionou, Elena, se aproximando do Pokémon mas logo se afastando quando este rosna para ela.

— Calma, campeão, essas crianças não querem roubar sua baga - acalmou-o, o homem, se levantando em seguida — ouviu bem, esse é um Cranidos real. Meu nome é Heitor, sou pesquisador aqui, no laboratório do Vale Encantado.

— Tem a certeza que é boa ideia deixar um Pokémon desses andar por ai à solta? Ele ia nos matando - reclamou, Edna.

— Mil perdões, mocinha, é que... ultimamente temos tido ataques por parte das guildas e o Cranidos tem estado nervoso.

— As guildas? - Elena questiona — mas construiram este laboratório aqui, já deviam saber que isso iria acontecer.

— Sabe, nós tínhamos todo o apoio do antigo Capo, ele até nos ajudava com dinheiro para nossas pesquisas, mas desde que ele morreu, as coisas têm piorado - explicou, o cientista — mas venham, devem estar aqui para conhecer nossas instalações, estou certo?

— Na verdade encontramos o laboratório ao acaso e pensamos vir aqui restaurar meu Helix — disse, Kairi, mostrando o fóssil ao homem.

— Ohh! Mas isso é um Helix mesmo!!! - no entanto... — erm... isso é mancha de refrigerante? - Elena volta a encarar Kairi com um olhar julgador enquanto a garota disfarça e assobia para o lado.

— Encontramos ele nas ruínas Shaikos, acha que o pode restaurar? - Perguntou, Kyle.

— Claro que sim, me acompanhem - Heitor guia o grupo pelo laboratório, onde eles vêem imensos pesquisadores trocando informação, lendo livros e pesquisando coisas na internet.

— Olhem só esses Pokémon todos! - Kyle se debruçava sobre os monitores.

— São os Pokémon que restauramos de fósseis, estão em nossa reserva natural e usamos câmaras para os monotorizar a ver se se adaptam ao novo mundo - explicou, Heitor.

— Nem imagino como será despertar num mundo que não é o que eles lembram - comentou, Elena.

 — Para alguns é mais fácil para outros, se eles tiverem companheiros da mesma espécie, a adaptação fica muito mais simples - Explicou, Heitor — Então eles entram em uma sala enorme, máquinaria d vários tamanhos.

— Professor, Heitor, terminei de alimentar os Lileep e um deles evoluiu para Craidily, precisa vir ver - falou uma pesquisadora, que corre para junto do cientista.

— Conseguiu filmar isso, Milena? - Perguntou, entusiasmado.

— Consegui, sim, foi lindo - ela respondeu — essas crianças vieram visitar o laboratório?

— Melhor que isso - ele respondeu — trouxeram um exemplar de fóssil Helix - ele o entrega a Milena.

— Maravilhoso, pode ser o companheiro perfeito para o Omanyte - ela diz — hey, isso é uma mancha de chocolate?

— O que é que andou fazendo com esse fóssil? - Elena encara a irmã com um ar ameaçador, Kairi disfarça e ri para o lado.

— Sabem, nós encontramos um desses fósseis a alguns meses e o restauramos para dar a vida a um Omanyte, mas sendo o único exemplar, ele não tem se adaptado muito bem ao novo mundo - explicou, Heitor.

— Tenho a certeza que ele vai ficar mais feliz com o companheiro - disse, Milena, colocando o fóssil na máquina — agora se preparem para ver algo maravilhoso.

A máquina começa a trabalhar, emitindo variados sons, até que ao fim de 10 minutos...

Esta se abre, revelando o novo Pokémon.

— Oman? - O Pokémon olha em volta, não reconhecendo nada e ao ver os humanos, se assusta e se recolhe à sua concha.

— Ele não está habituado a ver tanta gente - comentou, Milena.

— Incrível, nunca pensei que existisse mesmo máquinas de restauração de fósseis.

— Evoi! - Sora pula para cima da mesa e cheira o pequeno Omanyte, que começa a querer sair da concha.

— Foi você que o achou, não foi? - Heitor se vira para Kairi, que assente — vá até ele, se apresente.

— Hm... - a jovem treinadora chega junto do fóssil — Bom dia, Omanyte... erm... desculpa a sujeira...

— Oma... - reconhecendo o cheiro de Kairi, ele toca sua mão com os tentáculos.

— Ele me reconheceu - comentou, entusiasmada.

— Ele guardou algumas memórias do tempo que passou fossilizado - disse, Heitor — os milhares de anos que passaram para nós, humanos, para ele foi apenas uma longa noite de sono.

— Pena que minha Pokédex não regista nada sobre ele, tudo o que tem são informações sobre o que ele foi no passado - comentou, Elena.

— Deixe ver - Pediu, Heitor — com a nossa tecnologia, podemos fazer um update na sua Pokédex e atualizar ela com informação sobre todos os fósseis que temos na nossa reserva, quer?

— Ia adorar! - Respondeu, Elena, com Heitor procedendo à atualização.

— Professor, vamos levar esse Omanyte - sugeriu, Milena.

— Posso ir também? Quero ficar mais um tempinho com o Omanyte - Pediu, Kairi.

— Não se apegue demais a ele - disse Elena, preocupada.

— Se preocupa não, eu sei que não posso ficar com ele, mas...

— Omanyte! - O molusco sorri para Kairi e a garota retribui.

— Venha conosco, então — convidou, Heitor — só pedia que ficassem na sala dos monitores, a presença de tantos humanos pode incomodar os Pokémon.

— Kairi... - Elena suspira.

— Isso não vai terminar bem - comentou, Edna vendo a amiga se afastando com os cientistas.

— Vamos ver os outros Pokémon - disse, Kyle, correndo para a sala de monitorização. 

Enquanto isso, no telhado do laboratório...

— Yo check it, o lab ta quase vazio como o chefinho falou - o trio de bandidos que havia tentando assaltar a estalagem de Capua Torim estava de volta, dessa vez alvejando o laboratório de pesquisas.

— Bros, cês acham mesmo que tem Pokémon antigo aqui a viver? - Questionou a mulher.

— Claro né, mana. O boss não ia mandar a gente aqui à toa - respondeu, o líder.

— Ainda tem uns cientista chato ai - comentou o mais gordo.

— Fucrecio do coração, é normal, né? - Comentou a mulher — mas ta mais vazio que nos outros dias, viva os feriados.

— Só a gente que não tem feriado, tem que coletar, é o trabalho que coloca pão em nossa mesa - falou, o líder, fazendo pose de grande orador, enquanto os dois se vertiam em lágrimas.

— Falou tudo, Laurindo - aplaudiu a mulher.

— Não revela nossos nomes, Creuza, podem tar ouvindo - disse o líder, fazendo sinal com o dedo para ela se calar.

— Você fala isso e depois divulga o meu? - Protestou.

— Ahh foram vocês que começaram, né!!

— Bros, vamos entrar logo - sugeriu o mais gordo, Fucrecio, olhando para uma janela semi-aberta.

Já Kairi, chegava na reserva de Pokémon...

— Woooow! - A garota se impressiona ao entrar numa imensa floresta, cheia de plantas diferentes do que costuma ver e imensas montanhas vulcânicas — parece um outro mundo aqui dentro.

— Evooo!

— Omanyte! 

— Tentámos recriar o mundo pré-histórico de acordo com o que aprendemos sobre ele, tem áreas diversas para os Pokémon restaurados se sentirem em casa - explicou, Milena.

— O nosso objetivo é conseguir integrar esses Pokémon junto com os outros na vida selvagem, mas tem sido complicado. No entanto, não iremos desistir.

— Isso mesmo, precisamos ser fortes e continuar tentando, um dia formaremos novas civilizações com estes Pokémon - é então que os dois percebem que Kairi não estava mais ali — heh? Onde é que ela foi?

— Parece bem divertido - Kairi sobe a uma árvore para ver melhor toda a paisagem — Sora, Omanyte, vamos explorar este lugar!

— Evoooi! 

— Oman! - Os dois Pokémon concordam, muito animados.

— Evee! - Sora chama a atenção para algo no rio.

— Touga! - Um Pokémon nadava alegremente junto dos seus semelhantes, descendo com a corrente de água.

— Olhem tantos Pokémon que eu  nunca vi, este lugar é incrível! - Os 3 ficam maravilhados com tudo o que encontram.

— Arche! - Um bando de aves cruzava os céus perto da montanha vulcânica.

— Vee! - Sora se assusta ao ver um outro Pokémon correndo na sua direção.

— Rawwr!

— Não se preocupa, Sora, ele parece amistoso - Kairi acaricia o Pokémon que a vem cumprimentar, mas sente Omanyte tremendo — o que houve, Omanyte? - De repente, o sol desaparece e se faz noite — uh? Por que é que ficou tão escu... heh? - Ela olha para cima e...

— WRAAAAAAAAAH!

— EEEEEEEEEEEK! - A garota corre assustada, escapando daquela área o mais depressa possível, atravessando o rio, onde aquele Pokémon gigante não a conseguisse apanhar.

— Rau? - O gigante olha para o mais pequeno, confuso.

— Raw... - este encolhe os ombros e os dois voltam para o interior da selva.

— Uff!!! - Longe daquela área, a garota recupera o fôlego — nossa, aquele Pokémon era assustador.

— Evo... 

— Nyte - Os dois Pokémon concordam, de repente, Kairi sente algo húmido tocando em suas pernas.

— Omanyte... - tratava-se do outro Omanyte da reserva, que sentiu o cheiro do Pokémon de Kairi.

— Omanyte! - Este desce dos braços da garota, cumprimentando o residente. Nesse momento, Kairi sente um aperto por ver ele se dando bem com o outro.

— Hey... umm... Omanyte...

— Ahh aqui está você! - Kairi é interrompida por Milena e Heitor que os alcançam.

— Não devia andar por ai sozinha, os Pokémon daqui não a conhecem e podem se tornar violentos - falou, Heitor.

— Ahh desculpem, me entusiasmei - lamentou a garota.

— Olhe, Heitor, já são amigos - reparou, Milena.

— Perfeito, tudo o que ele precisava era de uma companhia - respondeu o outro.

— Mas... - de repente, todos são interrompidos pelo rugido de alguns Pokémon, que pareciam em perigo, se apressando logo para chegar no local e ver vários presos, incluindo o gigante que assustara Kairi.

 — Checkem só a coleta - Orgulhoso, Fucrécio olhava para os capturados com a rede elétrica.

— Cê ta louco, moço? Como é que a gente vai transportar esses grandão? Não temos balão pra voar...

— A gente dá um jeito - disse o líder — e já falei pra não revelar o nome da gente, Creuza.

— Cê fez isso agora, Laurindo!

— Istope! A gente tem que levar isso pro chefão e deixar a marca da Altosk. 

— O grandão leva você - disse a mulher.

— Hey o que pensam que tão fazendo? - Heitor os interrompe, chegando com Kairi e Milena.

— São bandidos! - Disse Milena.

— Eee lascou - comentou o líder do gang — a gente é da Altosk, a maior guilda do mundo e vamos levar esses Pokémon para o nosso chefão, Leon Magnus.

— É mentira, vocês não são da guilda do Leon! - Gritou, Kairi se chegando à frente.

— Eca, fritou... é a pirralha da estalagem - reconheceu, o líder.

— É, mas ta sozinha e a gente é três!

— Diz-se "somos três" - corrigiu, Milena — vocês não foram à escola?

— NOSSA FALA TÁ OTIMA, NÃO QUER OUVIR? TAPA O OUVIDO! - Berrou o terceiro bandido. Os três libertam seus Pokémon para combater.

— Defenderei esses Pokémon - Kairi pega em duas cápsulas — Light, Caspian, escolho vocês!

— Emoon!

— Toxx!

— Platipow, use Mach Punch! - Comandou o líder.

— Light, responda com Aerial Ace!

— Pow-Pow! - O Pokémon lutador salta sobre Light, esticando o seu braço para a socar.

— Emon! - A esquila abre suas asas e investe contra o peito do oponente, passando por baixo do seu punho. A colisão deixou Platipow machucado e Light responde com outra investida nas costas.

— Roccano, agora!

— Você também, Toxito! - Os outros dois comandam e os Pokémon cercam Caspian.

— Caspian, use Quiver Dance! - Comandou, Kairi.

— Toox! - A mariposa balanceia, como se dançasse, conseguindo se desviar das investidas dos dois Pokémon.

— Sora, use Quick Attack!

— Evovoi- Evoi! - A raposa investe contra os oponentes.

— Harden! - Comandou, Fucrecio.

— Roc! - O rochoso endurece seu corpo, não se mexendo quando Sora o atinge, já a raposa fica machucada.

— Isso ai, Roccano, agora use Eruption! - Comandou, Fucrécio.

— Cano!! - A rachadura no topo do Pokémon se abre, libertando labaredas e rochas que acertam os três Pokémon de Kairi.

— Toxito, use Poison Sting! - Comandou, Creuza.

— Siito! - Veloz e perigoso, o mosquito energiza o seu bico e atinge Sora que fica ainda pior. Toxito se lapa em Sora, sugando sua energia com Leech Life.

— Light, defenda-o com Electro Ball!!

— Emooonga! - A esquila produz a esfera elétrica, atirando-a contra Toxito, mas Platipow pula e apanha a boa de elergia com as mãos, destruindo-a.

— São três pessoas pensando contra apenas Kairi, ela não parece nada habituada a estes cenários - comentou, Milena.

— Milena, olhe bem - Heitor aponta para a garota que não parecia muito preocupada, em seguida os dois reparam em Caspian que continuava dançando.

— Olha lá a pirralha rindo, nossos novos Pokémon fritaram a pipoca dela - debochou, Laurindo.

— Vocês são bem burros, não são? 

— Que disse?

— Acham mesmo que eu mandaria Sora usar um Quick Attack contra um Pokémon do tipo rocha? Ainda sabendo que o ataque não teria muito efeito, comandaram para ele endurecer mais seu corpo, por nenhuma razão aparente e focaram tudo no Sora e no ataque da Light, esquecendo que eu tenho outro Pokémon em campo.

— Toooox! - A mariposa continua dançando e ao perceber, o trio de bandidos fica assustado.

— ELA ESTEVE USANDO QUIVER DANCE ESSE TEMPO TODO?!!!!!  - Berram os 3, se apercebendo do movimento que aumenta o ataque mágico a cada balanço de Caspian.

— Agora, querida Shiny Caspian, mande esses três pro buraco de onde saíram, Bug Buzz!!

— Duuuuustox! - Com todo o poder acumulado, a mariposa bate suas asas a grande velocidade, produzindo ondas sonoras que deixam os três Pokémon opositores ensurdecidos e no chão, sem conseguir mais combater.

— RAAAAAAAAAAAWR! - Nesse momento, o dinossauro gigante consegue se libertar, perseguindo os três bandidos que conseguem fugir.

— Maravilhosa, ela conseguiu mesmo - comemorou, Milena.

— Já aqui estamos, cadê os bandidos?!! - Kyle, Edna e Elena invadem o local.

— Eh? Já acabou? - Elena olha para Kairi, que assente com um sorriso enorme.

— Eu falei que ela conseguiria se livrar daqueles fracos sozinha - comentou, Edna.

— Foi você que disse que tinhamos de correr para salvar a Kairi, Edna - provocou, Kyle, que leva com a umbrela na cabeça e Edna vira a cara.

— Elena estava muito preocupada, só disse isso por causa dela - disfarçou, corando.

— Omanyte! - Os dois Pokémon pré-históricos se aproximam de Kairi.

— Omanyte... - ela se agacha junto do Pokémon — então essa vai ser sua nova casa, não é? 

— Nyte - Os tentáculos do pequeno Pokémon agarram a mão da treinadora e os olhinhos deste tremem.

— Também gostei muito do tempo que passei consigo, apesar de ter sido curto - ela sorri, tentando conter as lágrimas.

— Você poderá vir vê-la as vezes que quiser - convidou o cientista.

— Vê-la? - Kairi pergunta.

— Sim, é uma menina - revelou, Milena.

— Ahh então é isso? - Ela encara a Omanyte — você vai me largar pra casar, né?

— Omanyte!! - a pré-histórica cora e fica atrapalhada.

— Tudo bem - Kairi sorri — espero que sejam muito felizes, Omanyte e... - ela volta a olhar para a sua — Shelly!

— Kairi, você não pode dar nomes aos Pokémon que não são seus - comentou, Elena.

— Não, tudo bem, Shelly é um nome lindo, acho que ela vai gostar - disse, Milena.

— Oman! - Shelly confirmou, sorrindo para a treinadora.

— Cuidem bem um do outro, tá? - Pediu, Kairi, antes de se levantar.

O quarteto se despede dos cientistas e dos Pokémon da reserva e já fora, Kairi deixa de conseguir conter a tristeza e a deixa escorrer pelo rosto.

— Evee...

— Hey, você sabe que foi o melhor para Shelly, ela não está pronta para viajar por um mundo que não conhece - confortou, Elena.

— A hoje descobrimos que Edna se preocupa consigo, devia estar contente - Kyle provoca e corre.

— Hey, eu já disse que foi para não ficar ouvindo Elena se preocupar! - De umbrella na mão, Edna persegue o garoto para lhe bater.

— Vamos? - Elena estende a mão e a cáçula limpa as lagrimas.

— Vamos!

— Evovi!

De volta ao laboratório...

— Uma chamada? - O telefone toca e Heitor se apressa a fazer a ligação, com o telão gigante a mostrar a pessoa que ligava.

— Já há progressos com a pesquisa? - Pegasus, que havia apresentado o Concurso de Conhecimento Pokémon em Aspio, era a pessoa do telefone, aparecendo no telão com um copo de vinho-

— Já sim, diretor, mas ainda vamos precisar alguns ajustes - respondeu, Heitor — sobre Volcanion, o Pokémon Cetra, que nos falou é que não conseguimos encontrar nada em Caer Bocram, é como se nunca tivesse existido.

— Sem pressa, não se preocupe com prazos, apenas deixe tudo uma perfeição - disse, Pegasus — e Volcanion não é prioridade agora, não se preocupe com nada.

— Certo, senhor diretor.

Enquanto isso, numa sala escondida, onde era proibida a entrada de qualquer pessoa que não pertencesse ao laboratório...

— Você está tão crescido, em breve poderá ver o quanto o mundo mudou - Milena olhava por uma redoma de vidro, onde uma criatura estranha dormia.

Continua...