Capítulo XXX-2 [Parte 2]

Quando a festa termina, os irmãos roedores preparam o seu assalto ao museu.

— Humanos dormindo?

— Confirmado! Está tudo pronto, maninho.

— Nem tudo... - o Pokémon chinchila olha para trás, vendo o gang reunido.

— Vamos descobrir o tesouro? - Phi perguntou. O grupo de Pokémon seguira Light e Snow até ao museu pela calada da noite.

— Não se esqueça que sua parte é minha - disse Charlotte, que usava Phi para se movimentar.

— Se roubar a parte do Phi, eu te devoro - Oliver assusta a aranha, que se esconde atrás da barbatana do lagarto.

— Como é que deixamos isso acontecer? - Questiona-se, Snow, quase chorando.

— Charlotte nos ameaçou e Quickie ouviu tudo... - respondeu, Light, de cabeça baixa.

— Vai ser divertido procurar o tesouro, por isso chamei todos - disse o coelho, entusiasmado.

— Aff... - Snow suspira — enfim, vamos tirar partido da situação, gosmentos vocês sabem o que têm a fazer? - Perguntou, virando-se para Benny, o Grimer e Lumia, o Goomy. Os dois afirmam com a cabeça.

— Entramos pela conduta de ar e desligamos o alarme - disse Benny, com os olhinhos brilhando.

— E depois abrimos a porta dos fundos para vocês entrarem - concluiu Lumia. E assim o fizeram. Os dois deslizam pela conduta de ar, passando facilmente devido aos seus corpos gelatinosos e em menos de nada, o alarme era desligado.

— Eles foram rápidos, como que você sabia onde estava o alarme, Snow? - Sora pergunta, deixando o roedor atrapalhado.

— Er... é porque...

— Mano, não podemos contar que somos dessa cidade - sussurrou Light, percebendo que os outros estavam desconfiados — é que nos contaram, tem um Pokémon nessa cidade estranha, que nunca conhecemos, que nos disse como entrar no museu que nós nunca nem vimos para descobrir o tesouro e presentear nossos humanos - disfarçou, sorrindo ao perceber que os outros compraram a desculpa. Snow faz sinal de "ok"

— Olha, abriram - Rin alertou, ao ouvir o trinco da porta dos fundos.

— Este-te luga-gar é eno-norme! - Exclamou, Bienfu que se perdia de amores pelos grandes corredores de pedra.

— Phi, vamos pegar nosso tesouro! - Charlotte ordenou e os dois fogem do resto, pegando Light e Snow de surpresa.

— A ordinária ta tentando nos passar a perna! - Berrou, Light.

— Koo! Onde pensa que ta indo com o Phi! - Oliver voa atrás da aranha.

— Estou vendo que ela quer guerra! - Snow faz sinal para Light e os irmãos correm para o lado oposto, deixando os restantes à toa.

— Estão tentando encontrar um presente pra minha humana primeiro que eu? Safados! - Lumia rasteja com vontade, tentando ganhar velocidade — eu que... vou... achar primeiro... e depois... receber... os mimos... aff... tou cansado - depois de rastejar cerca de dois metros, o pequeno gosmento adormece.

— Quero! - Benny se depara com uma estátua de um cavaleiro e se esgueira lá para dentro, estendendo o seu corpo para preencher todos os espaços — uh oh... alguém ai? Erm... tou um pouco... preso. Alguém? Ajuda! - Não conseguindo escapar, pede por ajuda, mas já todos os outros Pokémon haviam dispersado e o coitado fica preso na armadura, com Lumia dormindo poucos metros à frente.

— WOW! - Rin solta um grito de surpresa ao ver um grande tambor, correndo para tocar o instrumento, batendo com o seu galho. Snow se assusta.

— O que está fazendo? Vai acordar todo o mundo!!!! - Berrou o Minccino, tirando o galho ao macaco, mas causando a queda do tambor no processo — vamos ser todos presos...  - em seguida ele repara em Quickie que se empoleirava numa estátua — O que está fazendo, animal?

— Olha só, tem uma pilinha - zombou o coelho, agarrando com as duas mãos no sexo da estátua que acaba quebrando e caindo com ele — oops!

— Eee... I-isso é a estátua de David, tem um valor incalculável e você quebrou... - Snow aparentava estar quase a ter um enfarte.

— Ah ainda dá pra colar - o coelho cospe na peça e tenta encaixar de volta, com Snow espumando de raiva. Enquanto isso, Rin, recupera  seu galho e volta a tocar tambor. De repente, Light adentra pela sala.

— EEEK! O que ta havendo aqui? - Ela se distrai com a bagunça.

— Light, você ficou de seguir aquela ranhosa, cadê ela? - Snow pergunta, recuperando o foco da irmã.

— Ah... sim, ela ta tentando levar um quadro - avisou, com o desesperado Snow correndo para evitar mais desgraças e eix que chega a zona de quadros, onde Charlotte está pousando num banco e Phi a pintando.

— O-o que estão fazendo? - Perguntou o Pokémon chinchila, com os olhos piscando.

— Eles estavam tentando levar aquele quadro lá - apontou, Light, para o retrato no chão, o que deixa Charlotte ofendida.

— Perdão? Que levar? Para que eu quero aquela porcaria? Só tirei da exposição para trocar pelo meu retrato, qual Mona Lisa, o que este museu precisa é de Charlotte. Phi, continue pintando e não se esqueça de captar meu melhor lado.

— Ta ficando linda - Phi comentou, pousando os pincéis. Snow e Light espreitam a pintura.

Os dois tentam conter o riso e por um momento esquecem a bagunça em que se meteram, até que se ouvem passos largos e pesados.

— Ahh fomos descobertos! - Snow treme e se abraça a Light. Uma figura monstruosa adentra pela sala de pinturas, mandando alguns quadros abaixo com o seu andar desengonçado.

— Booooo!

— UM MONSTROOOO!!!!! - Snow, Light, Charlotte e Phi gritam. Ouvindo o choro de Phi, Oliver voa em seu socorro.

— Krooooo! - Protegendo os companheiros a coruja produz folhas de mana, as lançando sobre o inimigo, cortando-o em partes. De dentro deste, Benny se volta a juntar.

— Ufa, me salvaram... - O viscoso se recompõe e os irmãos roedores percebem que quebraram mais um artefacto.

— Uuuuuh uuuuh! - um som ecoa pela armadura quebrada.

— Estão ouvindo isso? - Light treme.

— Uuuuh!

— Fantasma!!!!! - Gritam os mesmos, agora com apoio de Oliver e Benny, com este último reparando na bota da armadura que se mexia e ao pegar nela...

— Uuuuh! - Tratava-se de Lumia, que continuava dormindo, sem reparar que havia sido pisado por Benny na armadura e arrastado por este. Os outros suspiram de alivio.

Entretanto, Sora e Bienfu exploravam mais do museu nos pisos inferiores.

— Nos perdemos dos outros - comentou, Sora, andando até à sala principal.

— Edena ia ado-dorar ve-ver isso - disse, Bienfu, subindo para uma montra cheia de coisas antigas.

— Mascaras! - Sora sobe a seguir, ficando a observar aquilo que parecia ser o conjunto de uma fantasia qualquer — Eu e Kairi nos mascarávamos muito quando éramos mais pequenos, era muito divertido - recordou, brincando com o objeto, com Bienfu desconfiando.

— Essa é um po-pouco estr-estranha... - reparou, com o artefacto tomando ofensa e levitando — uh oh!

"..."

— Erm... So-Sora... é na-natural as más-máscaras vo-voarem?

— N-não... - Os dois tremem de medo, quando estranhas chamas de cor purpura orbitam em torno da máscara, se fundindo com ela e formando uma criatura.

— Infiéééis! - A criatura fala e provoca um susto nos dois Pokémon, que correm apavorados.  O barulho dos gritos faz um sarcófago, que se encontrava exposto, tremer.

Sora e Bienfu são perseguidos pelo dono da máscara, correndo pelas escadas acima até se encontrarem com os companheiros e gritarem para eles fugir.

— Infiéis! - O perseguidor ao ver o grande grupo, sopra labaredas contra eles, obrigando Quickie a intervir.

— Pega de volta! - O coelho pula e chuta a labareda, lhe dando mais força no regresso contra o inimigo, que cai no chão.

— Ele também é um Pokémon - constatou, Benny.

— Isso é p-por você nos ter assussussustado!- Bienfu o finaliza com o seu relâmpago, que causa uma explosão no museu, nesta altura metade da cidade acordava com a fumaça que emanava do edifício.

— Estamos salvos! - Rin se encosta a um sarcófago, olhando para cima — isso sempre esteve aqui-uko?

— Cofa! - Dois olhos assombradores surgem no vazio sarcófago, causando um arrepio em todos os Pokémon.

— MONSTRO!!!! - Todos berram em conjunto, correndo o mais depressa possível daquele museu.

— Que está acontecendo, o museu está ardendo? - Kairi, perguntou, chegando com Elena, Kyle e Edna.

— Olhem os Pokémon - Kyle aponta ao ver os seus companheiros saindo do museu cheios de medo.

— Gente, olhem pra cima - Edna aponta para o telhado, onde inúmeras sombras em forma de braços destruíam o museu, tentando agarrar os Pokémon.

— Grigus! - O inimigo se revela, ficando irritado ao ver tantas pessoas juntas e resolve as atacar com seus braços.

— Protejam os civís, todos os que tiverem espadas, em frente! - Leon surge com os membros das guildas, estes tentam cortar os braços mas suas espadas apenas trespassam pelas sombras — será um Pokémon?

— Fugir não adianta, Bruce, escolho você! - Tentando proteger seus outros Pokémon, Kyle liberta o morcego que não tinha ido ao assalto.

— Vá ajudá-lo, Caspian! - Kairi liberta a mariposa que voa junto do morcego na direção do fantasma.

Os dois Pokémon tentam acalmar o inimigo, mas este os sacode com alguma facilidade. Suzu assistia aos acontecimentos e pula de telhado em telhado para ver mais de perto.

— Eu li sobre aquele Pokémon, é o lendário Cofagrigus - a garota murmura, correndo pelos telhados para chegar mais perto — a unica forma de o parar é... wooow - ela sente sua perna sendo puxada e era um dos braços do inimigo que a lança pelo ar. Caspian voa para a salvar.

— Duustox! - A mariposa consegue ser mais veloz e apanha a jovem ninja pelas costas, levando-a pelo ar.

— Me salvou de novo, Caspian, obrigada — ela diz, suspirando de alivio.

— Suzu, o que deu em você para sair correndo desse jeito, podia ter se machucado - Já junto do grupo de Kairi e a salvo, Sheena repreende a irmã.

— É que eu sei quem é aquele Pókémon - diz a menina, levantando a voz para ser ouvida — é um Cofagrigus e impossível de vencer a menos que toquem a poké-flauta,

— Poké-flauta? - Kairi pergunta, confusa.

— É um item raro que pertence ao meu clã - disse, Sheena com Suzu a confirmar — tentem manter o Cofagrigus longe das pessoas, vou buscar a flauta - dito isto, ela pula para o telhado.

— Krooo! - Os Pokémon de Kairi, Edna, Kyle e Elena enfrentam o Cofagrigus enquanto Leon e as guildas levam as pessoas para algum lugar seguro. Não tarda até que Sheena encontrasse o artefacto e ela se apressa a voltar ao campo de batalha.

— Grigus... - ao escutar a melodia, o sarcófago se acalma.

— Agora! - Sheena dá a ordem e todos os Pokémon atacam o inimigo, conseguindo o destruir por fim. O sol regressa a Dahgrest, revelando um cenário de batalha e um museu destruído.

— Isso vai nos custar quanto?!!! - Os avaliadores haviam chegado de manhã cedo e apresentam o prejuizo a don Flaco, que quase precisa chamar uma ambulância ao ver os números da conta.

— Perdoe nossos Pokémon - Com o rosto vermelho e completamente embaraçada, Elena implorava a Leon, que responde com um sorriso.

— Ninguém se machucou e isso é o mais importante. Além de que se não fossem os Pokémon, quando a exposição abrisse o Cofagrigus poderia atacar os visitantes e ninguém os conseguiria proteger a tempo.

— Então é assim... isto é um adeus?

— Pode sempre vir treinar comigo e com o Cliff.

— Passo! - Respondeu, Edna.

— Não é uma despedida para sempre, vamos voltar a nos ver muitas vezes e ainda temos nossa aposta - disse Kairi, animada. Os dois concordam com a cabeça-

— Evoi! 

— Nenene! - Bienfu estica a pata a Sora que a aperta, se despedindo.

— Ah, quase esquecia — Edna procura na sua bolsa e retira o seu caderno de desenhos — isso é para si.

— Edna? - Kairi recebe o desenho da amiga.

— Nos cruzamos antes de nos conhecer, senti a ressonância do Sora e meio que minha inspiração cresceu - Edna cora, virando o rosto e o cobrindo com a umbrela.

— Está maravilhoso, mas e eu? Não tenho um desenho? - Perguntou, Kyle

— Você não fez por merecer - respondeu, Edna, deixando o garoto de cabeça baixa. Bienfu consegue observar um outro desenho que a garota escondia.

— Edena? - No desenho se via duas figuras, uma claramente era Kyle e a outra era uma garota parecida com Edna, mas a loira começa a andar.

— Então é isso, nos vemos mais tarde - a garota parte deixando os outros para trás.

— Sendo assim - Kyle coloca sua mochila ao ombro — Kairi não se esqueça de treinar muito, eu não irei perder da próxima vez.

— Irá sim, mas prometo que serei mais branda - a garota reage à provocação e os dois tocam os punhos, caminhando para lados opostos. Kairi segue até Elena que estava com Leon, Sheena e Suzu.

— Duuuustox! - Caspian chora por ter de se separar de Suzu, a ninja abraça a mariposa, o que deixa Kairi pensativa.

— O dirigível já está pronto, quando quiserem partir é só dizer - informou, Leon.

— Ao fim deste tempo todo vamos mesmo voltar a Zephyr, nem imagino como está a casa...

— Yiip! Yiup!

— Adeus Caspian, não se esqueça de escrever postais...

— Dus?

— Ah é... você não sabe escrever... mas vou ter saudades! - A ninja volta a abraçar a mariposa e as duas se desfazem em lágrimas.

— Vá deixe ela ir, senão os caras do dirigível vão começar a reclamar.

*Sniff* — Er...É... adeus, Caspian.

— Duss... - lentamente a mariposa se desloca até Kairi, que nota os seus olhos molhados.

— Caspian... você quer ficar com Suzu, não quer?

— Dus?

— Kairi? - As palavras da treinadora deixam Suzu curiosa.

— Quando eu vi você shiny, mudei logo de opinião sobre os Wurmple, mas ainda assim neguei a evolução que você escolheu - a garota deixa cair uma lágrima — eu sempre soube que você é uma Dustox, ter rejeitado isso deve ter machucado seus sentimentos, mas ainda assim continuou lutando do meu lado.

— Tox...

— Agora conheceu alguém que gosta de você como você é, diria até que criaram uma ligação maior que aquela que alguma vez tivemos... Caspian, fique com Suzu.

— Dustox?

— Kairi... - Suzu se aproxima da garota — está falando sério?

— É o que Caspian quer, não é? - Kairi olha para a mariposa, que vira para Suzu, acabando por confirmar — quero que você seja feliz, mesmo que não seja comigo. No entanto, espero que continue treinado com Suzu para quando chegar a liga você me ajudar, se quiser, claro.

— Dustox! - A mariposa confirma e voa para a cabeça de Suzu que não esconde a felicidade.

— Vamos treinar todos os dias e quando chegar à liga ela vai ser tão forte que o titulo será vosso - Disse Suzu com Kairi sorrindo.

— Evoi-evoi! - Sora se despede e as irmãs continuam para o balão dirigível que levanta voo assim que se acomodam, rumo a Iliccya.

— Estou pronto, Quickie, vamos correr até Heliord - Já fora de Dahgrest, Kyle liberta Quickie que concorda na corrida.

"..." - do lado oposto, Edna se deita no gramado, deixando seu caderno aberto na página que não queria que Kyle visse.

— Edena? - Bienfu sente a presença de algo se aproximando, era Mew, que chega aonde estava a garota.

— A Prison Bottle está escondida - informou a felina — pronta para a viagem? - Edna se levanta, fechando o caderno.


No entanto, as sombras sobre Ghasfarost não haviam desaparecido por completo, um pequeno ser se levanta dos escombros da torre caída.

— Hehehe! Hoopa vive!

Continua...


Pois é gente, assim a fic termina mais um continente e chega na metade. Nem acredito que consegui chegar tão longe numa história 100% improvisada na hora que escrevo o capítulo, mas hey, aqui está ela.
Espero que tenham gostado, até aqui e queria contar convosco para a última metade desta história, já que o vosso apoio é fundamental.
Obrigada e até à próxima.