Num quarto de paredes brancas, uma menina dançava na frente do espelho, radiando felicidade pois no calendário marcava o dia do seu décimo aniversário.
"Qual será a surpresa que mamãe preparou para mim?" de repente a porta se abre, seguida de uma voz feminina que demonstrava choque.
"Que horror, que roupas horrendas são essas?"
"M-mas..." a aniversariante tenta não chorar, mas a pessoa em questão a agarra pelo braço e puxa-a para fora do quarto, sentando-a numa cadeira.
"Use o seu cabelo para baixo e vista esse vestido. Você está feia, não quero ver coisas feias na minha frente" - a mulher diz, assustando a loira "e não me envergonhe... minha querida Lillie"
Em sobressalto, a loira acorda, olhando os barris de madeira à sua volta — de novo o mesmo sonho... - ela chora e repara que o seu Pokémon havia escapado da mala, lhe dando um mini ataque de pânico.
*Pew* - Nebby levitava sobre os barris, mas a garota logo o agarra.
— Não pode fazer barulho, Nebby, ninguém nos pode descobrir - ela o enfia dentro da mala, com Nebby se mostrando incomodado — tem de ficar aqui na mala, não podemos dar nas vistas...
*Pew...*
Enquanto isso, no convés do navio, Patty analisava a Maris Stella que Kairi lhe havia dado, a pequena aventureira levanta o cristal até ao sol, que se apresentava no horizonte, simbolizando o despertar de mais um dia.
— Finalmente encontrei a maris stella, mas... - Patty continuava desanimada e nem as tentativas de Smee e Sininho a faziam rir, como de costume. Kairi sobe ao convés, bocejando e se espreguiçando.
— Ahhhh que sono! - Comentou a treinadora que repara no cristal — ainda está olhando para isso? - Kairi se junta a Patty e espreita o tesouro, mas não consegue enxergar nada de importante.
— Pensei que a maris stella pudesse me levar até ás minhas memórias, mas... hey, porque não vai dormir mais um pouco? Ainda falta para chegarmos em Nortopólica - sugeriu, mudando de assunto.
— Acerca disso... ontem estava com tanto sono que nem perguntei, é não entendi essa parte das suas memórias - Kairi insiste — você não tinha ganho esse navio e os Pokémon do seu avô pirata? - Patty confirma com a cabeça e abaixa o cristal.
— Aye! Meu avô era o lendário pirata, Van Aifread, ou pelo menos foi isso que eu descobri - Patty diz, deixando Kairi curiosa — faz 3 meses que acordei numa praia sem memórias do meu passado e do meu lado estava uma garrafa com uma mensagem de Van Aifried com coordenadas... eu andei uns 10 dias até encontrar uma caverna e nela estava o Fiertia com esses três - contou, referindo-se aos Pokémon — logo que os encontrei, eles me abraçaram, como se me conhecessem, então tive quase a certeza que a pessoa da mensagem era o meu avô.
— Então você nem tem a certeza que seu avô era esse pirata? - Patty volta a confirmar.
— Sempre que perguntava a alguém, as pessoas eram muito hostis comigo, me atiravam pedras e ovos podres. Aifread não tinha uma boa reputação, mas... - dito isto, a aventureira enrola um papel e coloca dentro de outra garrafa fazia, atirando-a ao mar.
— Uh? Isso foi para quê? - Perguntou, Kairi.
— A primeira coisa que me lembro ao acordar é de uma mensagem numa garrafa, por isso tento enviar mensagens para a pessoa que me enviou aquela, talvez seja o meu avô... por isso que precisava encontrar a maris stella, talvez com ela conseguisse o localizar, mas não sei como funciona...
— Espere, esse pirata não era um criminoso que aterrorizava as regiões? E se ele for um cara bem do mal? Você pode correr perigo.
— É.. talvez, mas eu preciso saber quem sou - ela diz, com Kairi percebendo o quão duro deve ser não saber quem é ou de onde veio.
— Acho que compreendo o seu lado... se eu acordasse sem memórias e só tivesse uma pista, acho que também a seguiria, independentemente do perigo. E do nada, a maris stella começa a brilhar, surpreendendo as duas.
— Que quer isto dizer? Oh! - Ao longe, Patty avista um enorme navio, pegando no seu binóculo para enxergar melhor.
— Praaaah! Praaaah! - Smea fica agitado, como se reconhecesse a embarcação.
— É o Van Eltia! - Patty reconhece, vendo o lendário navio dos contos de Aifread se movimentando na direção de uma ilha.
— Acha que seu avô pode estar ali? - Kairi pergunta, algo cautelosa.
— Não sei, mas de certeza que vou encontrar alguma resposta, Hook! - Ela levanta o braço e a tartaruga gira o leme para mudar de rota e seguir o navio lendário — aquele era o navio do meu avô, tenho a certeza.
— Blaaas! - Gritou o Pokémon ao ver que se aproximava de uma praia.
O Fiertia atraca junto da praia e Patty percebe que aquele era um continente selvagem, pois não se via sinais se civilização, no entanto também não havia vestigios do navio que ela seguia.
— Hey, cadê o navio grande? Não era suposto ter vindo para aqui? - Kairi pergunta, não recebendo resposta da aventureira que deixa cair a prancha para terra firme — heeey! - A treinadora vai atrás d Patty, mas antes decide analisar o mapa da Porydex.
— Esse é o continente de Hypionia, devido à sua localização remota, não é habitado por outros humanos, no entanto existem vários Pokémon raros que são muito procurados aqui por viajantes.
— Este lugar... - Patty avança por um mar de flores vermelhas.
— Hey, Patty, está tudo bem? - Kairi pergunta, assustando a garotinha.
— Hm... sim, só estava com um pouco de medo do escuro - disfarçou, apontando para a pequena entrada daquela que parecia ser uma caverna.
— Você acha que seu avô escondeu o navio e entrou na caverna? Se estiver com medo eu posso ir ver se o encontro - Kairi propôe, mas Patty recusa com a cabeça.
— E-eu também vou... - ela diz, avançando pelo meio das flores que eram quase tão altas como ela.
O interior da caverna era negro e ominoso, não havia qualquer sinal de luz no seu interior e o intenso cheiro a bafio era muito desconvidativo.
— Acho que quem quer que estivsse naquele navio, não entrou aqui - Kairi comentou, tapando o nariz com a mão.
— Evee-vooi - Sora olha em volta, mas não consegue enxergar grande coisa.
— Sininho, use Flash — Patty pediu e sua fada emana um intenso brilho que ilumina a escuridão — essa é a caverna Renânsulla, onde o meu avô guardou todo o seu tesouro.
— Praaah! Encontramos o One Piece! - Smee esvoaça em torno de Patty, comemorando — praaah! Sou o rei dos piratas!!!
— Evo... - Sora levanta a sobrancelha, achando a festa de Smee algo exagerada. O que eles não esperavam era que a recente iluminação acordasse algo que dormia no interior de uma das piscinas da caverna.
— Gru... - tratava-se de uma espécie de criatura, formada com musgo verde que nada até uma âncora afundada, tomando o controlo da mesma.
— Bon-bon - A fada guia as duas garotas pela subida da caverna, o chão era todo areal, como se a praia se estendesse aqui para dentro.
— Evo?! - Sora pressente algo.
— Cuidado, baixem-se! - Patty grita ao reparar na âncora se estendendo para as atacar. As duas mergulham na areia, conseguindo evitar o ataque.
— O que é aquilo? - Kairi pergunta, reparando em seguida que Pory estava dando sinal.
"Grruuss!" - A criatura recolhe a corrente e volta a lancá-la contra as garotas, mas dessa vez Sora responde com um Shadow Ball, interceptando o ataque.
— Aquela âncora... aquele leme... - Patty murmurou, sem que Kairi ouvisse.
— É um Dhelmise - finalmente a informação chega à Porydex e Kairi o consegue scanear — é um Pokémon, sério?
— Esse deve ser o território dele, Smee, use Wing Attack! - Patty comanda, com o papagaio fortalecendo suas asas.
— Gomu Gomu no Wing-Praaah! - A ave investe contra a âncora, derrubando-a de volta para o fundo da piscina.
— Esse continente tem uns Pokémon muito estranhos, sério que tem um Pokémon âncora? - Kairi coça a cabeça, com Pory atualizando os dados.
— Na verdade o Pokémon é o musgo que cobre e controla a âncora, como se fosse uma possessão - informou a agenda digital.
— Uau!!! não fazia ideia que os Pokémon eram capazes de possuir outras coisas - Enquanto Kairi se encanta, o inimigo recupera no fundo da caverna, girando o leme.
— Grruusssh! - Os movimentos rotacionais formam um redemoinho que cresce para fora de água, formando uma tromba com que Dhelmise tenta capturar as invasoras.
— Ai não enche! - Patty pula para trás, se esquivando da tromba d'agua e puxa de uma arma, disparando de imediato, desfazendo o redemoinho e assustando Kairi.
— Pera, você tem um revolver?!
— Empreste-me uma de suas pokébolas - Patty pede, apontando a arma à treinadora.
— Aiii pode levar tudo, não me mate!!!!
— Uh? - Então Patty percebe que tinha usado seu revolver e que o estava apontando — ah, não se preocupe, isso não tem balas - ela ri e Kairi fica confusa.
— Eh?
— É um sinalizador, serve para quando os navegadores pedirem ajuda quando se perdem no mar - explicou, com a treinadora suspirando de alivio — disparei um foguete, por isso não deve tardar em ele voltar, então preciso de uma pokébola.
— Vai capturar ele? - Kairi entrega a esfera, com a aventureira assentindo.
— Gruuush! - Dhelmise retorna à tona e é recebido por mais um ataque de asas por parte de Smee, que dessa vez o pressiona contra a parede rochosa. Patty aproveita para atirar a cápsula vazia e naquele momento, o Pokémon se torna seu companheiro.
— Me sinto um pouco zonza... - comentou a aventureira, cambaleando.
— Ah isso é porque quando você captura um Pokémon, liga-se uma corrente de mana aos dois - explicou, Kairi — é complicado de explicar, mas é como se vocês começassem a sentir as mesmas coisas, de certa forma... Dhelmise deve estar sentindo o mesmo. Mas pronto, já pensou que nome lhe dar?
— Hm... - ela pensa, olhando para Sininho e Smee que esperavam a resposta para se poderem apresentar ao novo parceiro — Cabelinho - Patty nomeia, fazendo Kairi cair de boca ao chão.
— Quêêê? Mas que nome é esse? - Ela se levanta, tentando tirar satisfações.
— Pory não disse que o Pokémon era o musgo? Então é como se fosse o cabelo da âncora, por isso, Cabelinho.
— Podia dizer que não sabia e eu teria ajudado... - comentou a treinadora, que continua seguindo Patty até mais fundo da caverna, chegando num lugar onde não era mais necessaria a luz de Sininho — o-o que é aquilo? - Kairi pergunta ao ver imensos tumulos iluminados por uma cavidade na caverna.
"..." - Patty suspira, se aproximando da lápide maior.
— Nunca vi tantas pedras juntas, é algo arrepiante... - Kairi diz, percebendo que Patty conhecia este lugar sombrio. Então ela vê algo escrito e esfrega os olhos para tentar se focar nas letras que quase desapareciam com a degradação da pedra — aqui jazem as vitimas do massacre da esperança negra. Nós choramos suas mortes neste lugar, onde deixamos suas almas para repousar - terminou de ler e consultou Pory.
— O massacre da esperança negra aconteceu à 400 anos, quando o terrível pirata Aifread assassinou todos os membros de sua tripulação e algumas vidas inocentes - Pory diz, entristecendo Patty e confundindo Kairi.
— Uh? 400 anos? Então como é que você pode ser neta dele? - A treinadora pergunta, mas não obtem qualquer resposta.
— E-eu... eu nunca pensei que... - a aventureira se ajoelha na frente do túmulo maior.
— He-hey Patty... - a treinadora se mostra preocupada — não devíamos estar neste lugar, venha, vamos embora daqui - sugeriu, com a menina mantendo a cabeça baixa.
— Já quer ir? - Ela pergunta, num tom triste.
— Você está bem?
— É... eu estou...
— Não se force demasiado... venha - Kairi estende a mão.
— Seifer... - Patty murmura, com Kairi não ouvindo. A navegadora e levanta.
— Pelo menos já sabe que não pode ser neta daquele pirata, não é? - Kairi tenta aliviar o clima, mas Patty não responde e continua andando para a saida da caverna — me pergunto onde será que aquele navio foi? Talvez nem tivesse vindo para aqui e era apenas parecido com o Van Eltia... - Patty nem escutava o monólogo da amiga, continuando a andar.
Enquanto isso, no Fiertia...
*Pew* - O Pokémon de Lillie foge pelo navio, confundindo Hook que pensava estar sozinho.
— Blas? - A tartaruga o reconhece da ilha de Melemele, ouvindo em seguida a voz da garota que o perseguia.
— Nebby, por favor, volte para a mala, não pode ficar por ai... - Lillie corre atrás dele, com o Pokémon pulando para fora do navio — Nebby!!! - Desesperada, Lillie o persegue, saindo pela prancha.
Na praia, Kairi e Patty regressavam ao navio quando veem a loira subindo por uma encosta.
— Hey, aquela ali não era a Lillie?
— Ela veio no Fiertia? - Patty olha para o seu navio, vendo Hook algo confuso com o que acabara de acontecer.
— Temos de ir atrás dela! - Kairi se apressa, começando a correr para o mesmo lado da loira.
Continua...
Patty 💜 ela é perfeita, tenho altas teorias aqui sobre ela, será que é do passado e quando se lembrar vai sumir? Algo como o Colress e o Colress do futuro, mas diferente... Esperando a conclusão dessa personagem, imagino que vai tocar muito nos feels :(
ReplyDeleteCabelinho ou Dhelmise, Patty pegou isso e eu nem lembrava... Gente, quero Patty virando treinadora agora, imagina ela vence a Kairi na liga usando cabelinho
Sininho que lute, cabelinho >>>> ela
Cap deixou um bom mistério, Lillie coitada, sofreu com a mãe a chamando de feia quando ela é o ser mais lindo da fanfic depois da Laurinha e do volcanion, mas tudo bem.
Seifer... Patty deve ter só falado o que veio na cabeça, não deve ser nada importante (me faço de sonso)
Quero mto a conclusão da Patty aaaaaaaaaaaa
Hiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
ReplyDeletebem, meu deus esse capítulo deu varias teorias a respeito de Patty, será que ela é do passado mesmo? será que foi a única sobrevivente do massacre, será que o massacre realmente aconteceu, ou será que foi algo ruim de fato, talvez tivesse um motivo para esse massacre ter de fato acontecido e isso é muito interessante, não sabia que ela não tinha suas memórias e que tinham tanto pra falar sobre ela, mas de fato eu amei tudo que foi revelado, sobre o outro continente.
a sensaçao de Patty indo ao encontro da caverna e toda a ambientação foram coisas muito incríveis de imaginar, adorei toda a luta com o dhelmise e que ele agora é o parceiro de Patty, faz total sentido que ela o tenha e que tenha encontrado ele nesse local kkk, simplesmente adorei essa captura.
e agora teremos um pouco sobre Lillie e me pergunto o que vai acontecer com ela agora que ela provavelmente vai ser descoberta e como vai explicar toda a situação, fora o próprio sonho dela já deixar evidências do trauma dela com aparência e talvez até outros tipos de trauma que ela deve ter sofrido, ansioso para os próximos acontecimentos e descobrir as coisas sobre as histórias e amando toda a mitologia que vc teceu para esse mundo, parabéns <3