— Riku, use o Thunder Bolt!
— Piiii-kaaaa-chuuuu! - Uma forte descarga elétrica descende dos céus e acerta seu oponente. Tratava-se de Riku e Zellos que combatiam um treinador local, meses antes do inicio da liga Pokémon.
— Mais uma vitória chocante para nós, o sol brilha apenas para todos mas quando eu passo os raios ficam todos focados em moi! - Zellos se vangloria, quando...
... começa a chover.
— Só podem estar brincando... - tentando proteger seu cabelo da chuva com sua mochila, Zellos corre pela estrada que devido à agua, começava a virar lama — ain minhas calças vão ficar todas sujas...esse dia não pode piorar! - E nisto...
... relâmpagos descendem furiosamente como dedos esqueléticos tentando agarrar no arvoredo.
— Não era um desafio!!! - assustado e encharcado, Zellos corre até não conseguir mais.
Ao fundo ele avista uma pequena aldeia e se apressa para se abrigar.
— Ai que lugarzinho tão deprimente essa aldeia de Reneed - comentou, vendo o nome na placa e reparando na pobreza do local, as casas eram velhas e estavam cobertas de musgo, as estradas pouco tratadas e cheias de buracos, não se via ninguém nas ruas e a única coisa que Zellos ouvia eram seus passos pisando a estrada enlameada, até que em uma esquina...
— Raal... - Sentado na esquina de uma das casas, um pequeno Pokémon estendia a mão, pedindo algo que comer.
— Um Ralts? - Zellos identifica e repara no mau estado que ele se encontrava — está com fome, é? - tirando a mochila da cabeça, o garoto tira de dentro uma porção de ração — coma, vai sentir-se melhor.
— Ral? - Timidamente, o Pokémon olha para cima e aceita a comida. Para Ralts, o dia chuvoso ganhava um novo brilho e ele sente como se o sol tivesse chegado, apesar que a chuva continuava caindo sem misericórdia.
— Isso, coma tudo e não se preocupe - Zellos sorri para o pequeno, que agradece. Após isso, Zellos volta na sua busca por abrigo, encontrando-o numa estalagem velha.
— Hmm até que não está mau - entrando na estalagem, Zellos se impressiona com o interior de madeira, decorado com folhas de árvore e cipos, dando um aspeto florestal. Então ele olha para o balcão principal e... — Ai credo!
— Não grite, espanta os hospedes - uma velhinha estranha estava sentada em cima do balcão, Zellos se surpreende por a ver se mexer.
— Pensei que fosse adereço, vozinha não devia estar deitada? - Perguntou, o loiro.
— Quem está chamando vozinha? - Perguntou, irritada — eu só tenho 38 anos.
— Sim... em cada perna...
— Diga ao que veio, que estou muito ocupada - ela disse e Zellos olha em volta, reparando que tudo estava vazio.
— Er... preciso de um quarto, de preferência com banheiro, estou todo sujo - explicou, com a senhora tirando uma chave do cabide.
— Quarto 3, tenha uma boa estadia - a mulher desejou, com ele se virando para as escadas de madeira, mas então decidindo voltar atrás e fazer uma pergunta.
— Desculpe, quando estava vindo para cá, reparei num Ralts algo mal tratado, ele foi abandonado? - Zellos vê a senhora abaixando a cabeça.
— Infelizmente - respondeu, num tom triste — ele fazia parte de uma trupe de circo, viajavam por todo o mundo e ganharam imensa fama. Esse Ralts era a estrela da trupe, todos faziam filas para o ver atuar.
— Então e o que aconteceu? - Zellos perguntou.
— Ralts são muito sensíveis a emoções, como deve saber - a senhora continuou — ele era adorado por todos e adorava fazer todos felizes, mas então a trupe arrumou uma nova mascote e ela se tornou num sucesso ainda maior. Ralts foi posto de parte e de um dia para o outro, deixou de fazer as crianças sorrir e decidiu fugir.
— Nunca ninguém o procurou? - A senhora abana a cabeça à pergunta de Zellos.
— Ele se sentiu esquecido e a fuga foi como uma chamada de atenção, mas nunca ninguém o veio procurar. Removeram os cartazes dele e substituiram tudo, continuaram como se ele nunca tivesse existido e Ralts ficou em Reneed, vivendo da solidariedade dos moradores - a senhora concluiu a história, deixando Zellos pensativo — agora vá se arruma garoto, cheira muito mal - disse, passando spray para o ar.
— Ai que bruta...
— Leva essas panquecas, fiz a mais - a senhora oferece e Zellos desconfia — estão boas, fiz com todo o meu amor.
— Senhora até é simpática - Zellos agradece e sobe para o seu quarto.
— Pikachu? - Riku, que entretanto havia saido da Pokébola, fica interessado no cheiro das panquecas que Zellos pousara no cómodo.
— Quer provar? - Perguntou, com o elétrico assentindo, com baba na boca.
— Pikapiiii! - Zellos parte com um garfo e dá a Riku, que delira com o sabor da panqueca.
— Vá e chega, ou vai ficar gordo - disse, desiludindo o pequeno.
Momentos depois, após um longo banho, Zellos se deita na cama e, sem reparar no prato de panqueca vazio e Riku em cima ele dormindo satisfeito, olha para a chuva e o vento embatendo na sua janela, sua mente estava em Ralts.
— Ele também foi esquecido, uh? - Por fim, Zellos consegue adormecer e sua mente viaja para quando era uma criança.
"Benwick, Benwick! Veja só, fiz um desenho de você como treinador"
"Zellos, isso está... tão feio cara, olha só essas mãos e esses olhos, parece um alien hahahaha"
"Oh... eu só...."
"Zellos, não incomoda seu irmão, amanhã é um grande dia para ele"
"Mas mamãe...eu só..."
"Escuta a sua mãe, Zellos vai para o seu quarto e não incomoda seu irmão"
"Papai... eu só..."
"Meu filhinho vai ser um grande treinador, eu sei disso"
"Valeu mamãe"
"É o nosso orgulho"
"Te adoro, papai"
"Eu só queria ver Benwick feliz..."
"Zellos, Zellos! Venha brincar"
"Kairi?" "Eu odiava quem eu era, mas você... você era a unica que ficava feliz em me ver"
Os raios de sol entram pela janela do quarto de Zellos e o garoto acorda, se espreguiçando e se aprontando para continuar sua jornada.
— Ahhh! Que perfeição - Vaidoso, ele fazia poses na frente do espelho — quem é que hoje vai arrasar? Você, Zellos, você vai arrasar. Nossa, eu? Sim, você, é lindo, perfeito, um must entre os treinadores todos desse mundo, brilhe como o raio de sol - em seguida, arruma suas coisas e deixa a estalagem e quando se preparava para sair de Reneed...
— Raaalts! - Um grito assustado chama a atenção de Zellos, que corre na direção que vinha o som.
— Yo, mostre lá seus poderes yo! - Tratava-se de Laurindo e seu gang que atormentava Ralts, o pontapeando.
— Ó céus, alguém que ajude - Pediu uma garota de passagem, Zellos se chega a ela.
— Olhe querida, não queria dizer nada, mas já que pediu... essa blusa com esse sapato? Não!
— Era para ajudar o Ralts... - apontou a garota.
— Ah, por que não disse logo? - Zellos dá um passo em frente.
— Mas acha que estou tão mal vestida assim? - A garota pergunta e o loiro se volta para trás.
— Menina, não vê que o Ralts está sendo mal tratado? Sinceramente... reflita suas prioridades - Ele diz, confundindo-a e correndo para junto do Pokémon — o que pensam que estão fazendo?
— Esse bicho tentou roubar nossa comida e aqui quem rouba coisas é a gente.
— Ai Fucrécio, não precisa contar tudo pros outros.
— Mas achei ela linda...
— Sou garoto...
— Opa! Mais lindo que Creuza.
— Como se atreve a ser mais icone que eu?
— Querida, ser icone não se escolhe, ou se é ou não. Quando o sol brilha, ele escolhe onde brilha mais, Riku querido, saia e dê a esses anti-grif um cheiro do estrelato! - Zellos joga a cápsula para ao ar, libertando seu Pikachu e uma batalha com o gang começa.
— Ralts! Ralts! - O Pokémon comemora ao ver a forma brilhante como Zellos derrota os três bandidos e os obriga a fugir de Reneed. Quem também gostou foram os habitantes do vilarejo que aplaudem o garoto.
— Ai gente, assim me deixam sem jeito... mas continuem aplaudindo, tá? Não parem agora!
— Não é todos os dias que vemos um treinador tão talentoso - um homem se aproxima de Zellos — será que nos podia ajudar com algumas tarefas? Ficariamos eternamente gratos.
— Claro que sim, podem dispor, meio raio de sol brilha sobre vocês meus fãs queridos!
Dias depois de trabalhos duros, como apanhar fruta, arrancar ervas daninhas, puxar carroças e entre outras coisas...
— Me sinto explorado...
— Muito obrigado, Zellos, com sua ajuda e dos seus Pokémon poderemos finalmente voltar a vender nossas verduras aos povoamentos mais próximos - o chefe da aldeia agradeceu e apesar de cansado, Zellos se sentia orgulhoso por ver a aldeia florescer.
— Ah que é isso, eu falei que meu raio de sol pode iluminar a todos - ele diz, demonstrando contentamento. Nisto sente alguém segurando suas calças e olha para baixo.
— Ral...
— Ralts? O que foi? - Zellos perguntou.
— Ele ficou encantado com os sorrisos que você colocou nas pessoas - a senhora da estalagem falou, se chegando junto de Zellos.
— Ai vozinha, não me assusta assim!
— Pare de me chamar vozinha, eu tenho só 30 anos.
— Não eram 38?
— Fico mais nova a cada dia - respondeu, ela.
— Sei...
— Ralts! Ralts! - O Pokémon volta a chamar por Zellos.
— Acho que ele quer ir consigo - comentou a senhora.
— É isso que você quer? Vir comigo?
— Ralts! - Ele levanta os braços.
— Ele sentiu que seu espirito é bondoso e o quer ajudar a espalhar a bondade pelo mundo, além de sorrisos - comentou a garota.
— Ai querida... essa roupa hoje?
— Ahhh! Que foi que eu fiz?
— Nada não... yikes... - Zellos se volta para Ralts — então, quer vir espalhar nosso raio de sol pelo mundo?
— Raaaalts! Raaaalts!
Meses depois...
...começava a liga Pokémon em Nordopólica.
— Hoje faremos o sol brilhar com mais força, Arthur! - Zellos estava na porta do coliseu com a Pokébola daquele Pokémon que conheceu em Reneed, se preparando para a batalha contra Kairi.
Continua...
Eu amo esse capitulo por dar mais contexto ao Zellos, ele é um dos personagens que eu realmente mais gosto da fanfic e pedia pra ele voltar kkkk xD Rio muito com o jeito dele, gosto mesmo :3
ReplyDeleteAdoro quando chove sempre tem lugar pra ir, né? E vamos de Zellos na aldeia falando da roupa dos outros
A historinha do Ralts é sad, conseguiu mesmo fazer envolver com esse Pokemon para a batalha com a Kairi no capitulo seguinte, essa Liga é perfeita pelas premissas de combates também. Só lembro de quando você falou que ia relacionar o Zellos com Solgaleo e depois descartou, o coitado do leão tá vendendo nabo até hoje
e que o raio de sol do zellos ilumine todos mesmo beijos estrelados